Lembra do Lulu? Os acessos ao app subiram 30% no Brasil depois do caso Ashley Madison

Presidente do aplicativo alega que ele virou uma fonte de informação essencial para os relacionamentos

Jean Prado
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• Atualizado há 6 meses

O polêmico aplicativo Lulu, que foi relançado no Brasil em julho, viu seu número de acessos crescer depois que dados dos usuários do site para infiéis Ashley Madison foram revelados na internet. Precisamente, o tráfego do aplicativo no Brasil aumentou em 30%, quase o dobro do crescimento nos Estados Unidos, de 16% na semana dos vazamentos.

Caso você tenha se esquecido, o aplicativo serve para homens e mulheres avaliarem as pessoas do sexo oposto. Homens podem ser classificados com notas e hashtags que avaliam sua performance no relacionamento dentro de seções como “Experiências sexuais” e “Boas maneiras”.

A partir dessas classificações, segundo a empresa, fica à cargo das mulheres julgar se os homens são fiéis e levam a sério seus compromissos. “Como os vazamentos fizeram de fidelidade a palavra de ordem, as mulheres correram ao Lulu pra verificar se podem confiar nos meninos com quem pretendem sair”, informou o aplicativo em uma nota à imprensa.

São Paulo foi a cidade que mais tinha usuários no site Ashley Madison e, de certa forma, faz sentido que as mulheres tenham curiosidade em saber o que dizem sobre os seus paqueras. No entanto, chega a ser curioso pensar que avaliações anônimas em um aplicativo podem realmente pesar na hora de escolher alguém.

Essa princípio, apesar de polêmico, é endossado por Alexandra Chong, fundadora e presidente do Lulu. “As mulheres recorrem ao Lulu para saber como um homem é de verdade e o que outras meninas dizem sobre ele. Agora, mais do que nunca, o aplicativo virou uma fonte de informação essencial para os relacionamentos”, disse.

Ashley Madison em ruínas

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Enquanto o Lulu vê seus acessos aumentarem frente ao vazamento de dados dos usuários de um site de casos extraconjugais, o site Ashley Madison enfrenta uma série de processos e seus usuários temem consequências maiores. Alguns sofreram extorsão de criminosos que pretendiam vazar informações para familiares, outros temem perder o emprego e a polícia canadense vinculou dois casos de suicídio ao vazamento de dados do site.

A Avid Life Media (ALM), dona do Ashley Madison, tem cinco processos no colo de usuários que alegam que a empresa poderia ter se prevenido contra o vazamento de dados. Nesta sexta-feira (28), Noel Biderman, presidente da ALM, anunciou que vai renunciar ao cargo de CEO para garantir o bem-estar da empresa.

“Nós estamos efetivamente nos ajustando ao ataque no nosso negócio e na privacidade dos nossos membros feito por criminosos. Manteremos o acesso às nossas plataformas para os nossos membros ao redor do mundo. Estamos cooperando ativamente com agências de aplicação legal internacionais para levar os responsáveis pelo roubo […] à justiça”, diz o comunicado. A Avid Live Media continua oferecendo uma recompensa de US$ 375 mil para qualquer informação que os levem a achar o culpado pela invasão.

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Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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