Novo malware no Android foi instalado mais de 600 mil vezes

Programa malicioso engana o usuário e o faz se inscrever em serviços premium, contudo, são os operadores desses vírus que recebem o dinheiro da vítima

Ricardo Syozi
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Malware no Android (Imagem: Reprodução / Internet)

Um novo tipo de malware apareceu na Play Store disfarçado de aplicativo legítimo e recebeu mais de 620 mil downloads. Com o nome de “Fleckpe”, ele gera cobranças não autorizadas ao inscrever usuários em serviços premium. Informações de especialistas sugerem que o programa malicioso está ativo desde 2022, mas foi descoberto e documentado recentemente.

Por enganar os usuários e fazê-los se inscrever em serviços não autorizados, o malware já fez bastante lucro para os golpistas. Eles recebem uma parte do dinheiro mensalmente ou de uma só vez, dependendo do tipo de assinatura. Porém, se os próprios criminosos operam as plataformas, eles conseguem obter 100% do pagamento.

Profissionais da Kaspersky informaram que a maioria das vítimas são residentes da Malásia, Indonésia, Tailândia, Singapura e Polônia. Há pessoas que caíram no golpe ao redor do mundo, mas essas situações foram em menor escala.

Além disso, a empresa de segurança de internet divulgou que descobriu 11 tipos de Fleckpe. Eles se disfarçam de aplicativos de edição de imagens, papeis de parede, biblioteca de imagens, entre outros. Alguns dos nomes desses programas maliciosos são:

  • com.impressionism.prozs.app;
  • com.picture.pictureframe;
  • com.beauty.slimming.pro;
  • com.beauty.camera.plus.photoeditor;
  • com.microclip.vodeoeditor;
  • com.gif.camera.editor;
  • com.apps.camera.photos;
  • com.toolbox.photoeditor;
  • com.hd.h4ks.wallpaper;
  • com.draw.graffiti;
  • com.urox.opixe.nightcamreapro.
Fleckpe na Play Store
Um dos apps que contém o Fleckpe (Imagem: Divulgação / Kaspersky)

Aplicativos foram removidos, por enquanto

No relatório divulgado na página da Kaspersky, os profissionais afirmam que todos os programas maliciosos Fleckpe que encontraram já não estão mais presentes na Play Store do Google, mas vale ficar de olho:

Todos os aplicativos foram removidos da loja digital quando nosso relatório foi publicado, mas os agentes criminosos podem ter implantado outros softwares ainda não descobertos, portanto, o número real de instalações pode ser maior.

De acordo com a companhia de cibersegurança, o malware funciona assim que o usuário ativa o app. Ele carrega uma “biblioteca nativa fortemente ofuscada contendo um conta-gotas malicioso que descriptografa e executa uma carga útil dos ativos do aplicativo”.

Em seguida, o Fleckpe contata os servidores de comando e controle dos golpistas e envia dados do dispositivo, que inclui o código de área móvel e o código de rede móvel. Por fim, o software malicioso abre uma janela invisível de navegador para efetuar a inscrição da vítima.

Ao que tudo indica, esse tipo de vírus vem se tornando bastante popular na visão dos cibercriminosos. Seus operadores estão usando mercados oficiais como a Play Store e a App Store para disseminar o conteúdo e fazer novas vítimas.

A Kaspersky sugere medidas comuns para evitar cair nos golpes:

Para evitar a infecção e a consequente perda financeira, recomendamos ter cuidado com os apps, mesmo os provenientes do Google Play, evitar dar permissões que não deveriam ter e instalar um antivírus capaz de detectar esse tipo de cavalo de Troia.

Com informações: Bleeping Computer.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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