Oi tem prejuízo de R$ 10,5 bi em 2020 mesmo com expansão de fibra

Operadora divulgou resultados financeiros de 2020; Oi registrou lucro no 4° trimestre e teve crescimento no celular pós-pago

Lucas Braga
• Atualizado há 3 anos
Oi
Oi teve queda na receita líquida e aumento na dívida em 2020 (Imagem: Divulgação/Oi)

A Oi divulgou os resultados financeiros de 2020 com prejuízo de R$ 10,5 bilhões durante o ano. Com investimento em fibra óptica e a venda do negócio móvel para Claro, TIM e Vivo, a operadora teve redução na receita líquida, queda no número de clientes e aumento na dívida. Por outro lado, a empresa anunciou a expansão da Oi Fibra para o estado de São Paulo.

Veja os principais destaques financeiros de 2020 e o comparativo com o ano anterior:

Indicador 2019 2020 Diferença
Receita líquida total R$ 20,136 bilhões R$ 18,77 bilhões -6,8%
Dívida líquida R$ 15.92 bilhões R$ 21,79 bilhões +36,9%
Capex (investimentos) R$ 7,84 bilhões R$ 7,29 bilhões -6,6%
Unidades Geradoras de Receita (acessos) 53,4 milhões 52,1 milhões -2,5%

Algo que vale destacar é que o quarto trimestre de 2020 foi positivo nas finanças da Oi: a empresa teve lucro de R$ 1,79 bilhão, ante prejuízo de R$ 2,26 bilhões no comparativo com o mesmo período do ano anterior.

Receita da Oi Fibra quase alcança internet ADSL

A receita líquida de serviços residenciais representa boa parte dos negócios da Oi, e foi de R$ 6,4 bilhões em 2020, queda de 10,7% no comparativo anual. A maior parte da cifra é gerada através de produtos prestados através do cobre (voz fixa e banda larga por xDSL), que retraíram 30,8%.

No geral, a Oi encolheu 7,5% nas unidades geradoras de receitas (acessos). A maior parte das desconexões foram de clientes de banda larga xDSL, com queda de 40,5%, seguido por voz fixa por cobre (-31,7%) e TV por assinatura via satélite (-12%).

Por outro lado, os serviços de fibra cresceram na casa dos três dígitos, com alta de 233,9%. A Oi encerrou o ano com 1,99 milhão de casas conectadas por fibra. A TV por assinatura via IPTV continua pouco expressiva, com apenas 88 mil acessos.

Um detalhe que vale mencionar é que a receita líquida anual de fibra foi de R$ 1,31 bilhão, bem próximo do faturamento de banda larga via cobre (R$ 1,37 bilhão). A voz fixa por cobre continua expressiva no balanço da companhia, e foi responsável pela cifra de R$ 2,2 bilhões.

A Oi encerrou o período com cobertura de fibra óptica disponível 9,1 milhões de casas (home passed), sendo que 4,5 milhões de domicílios foram adicionados apenas nesse ano. A projeção da operadora para 2021 é avançar para até 15 milhões de endereços aptos a contratar o serviço.

Oi Fibra chegará em São Paulo em 2021

Uma novidade importante que deve impactar o desempenho da Oi no futuro é que a operadora anunciou a chegada da banda larga Oi Fibra no estado de São Paulo.

O lançamento comercial será no segundo trimestre de 2021, e a operadora pretende terminar o ano com cobertura de internet por fibra óptica em 400 mil domicílios (home passed), com potencial de atingir 2 milhões de casas em 2022.

A operadora irá aproveitar 5,2 mil quilômetros de rede de fibra para construir cobertura em localidades estratégicas.

Oi Móvel teve queda de receita, mas cresce no pós-pago

Mesmo tendo sido vendida para Claro, TIM e Vivo, o segmento móvel representa cifras significativas no balanço da Oi. A mobilidade pessoal teve receita líquida de R$ 6,75 bilhões no ano, queda de 3,8% no comparativo com 2019.

A Oi encerrou o ano com 33,5 milhões de linhas móveis para pessoa física. O pré-pago é dominante com 22,9 milhões de chips, queda de 6,2%. Por outro lado, o pós-pago possui 10,5 milhões de linhas e cresceu 10,9% no último ano.

É fácil entender o crescimento do pós-pago da Oi: a operadora tem feito ofertas muito agressivas, com baixo custo por gigabyte e aplicativos ilimitados. Recentemente a empresa lançou um plano completamente ilimitado por R$ 99,90 mensais, além de uma versão controle bem competitiva.

A queda no pré-pago é esperada em qualquer operadora, uma vez que o uso de dados móveis aumentou e os planos dessa categoria costumam ter menos vantagens. Mesmo assim, a Oi também reformulou o portfólio pré e passou a vender nova oferta muito agressiva, de 25 GB por R$ 25 mensais.

Oi teve queda no segmento corporativo

O faturamento com serviços para empresas também caiu: a receita líquida B2B foi de R$ 5,22 bilhões, queda de 5,5%. Embora tenha um aumento com o segmento de TI, a Oi encolheu no setor de dados e atendimento a pequenas empresas.

No geral, a Oi teve alta de 1,7% nas unidades geradoras de receita por conta do bom desempenho do segmento móvel corporativo e serviços de fibra. A empresa registrou queda na voz fixa por cobre, banda larga fixa por xDSL e TV por assinatura via satélite.

A Oi tem 3,11 milhões de linhas móveis com planos corporativos (+12,1%), além de 187 mil contratos de fibra óptica (+165,8%). O segmento de atacado também foi positivo, com alta de 7,2%.

Atualizado em 30/03 às 16h28

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.