Em crise, Oi registra prejuízo de R$ 5,4 bi e vê futuro sem Oi Fibra
Operadora conseguiu reduzir prejuízo e receita em 2023, mas situação financeira continua delicada; segmento corporativo é a aposta de sobrevivência da Oi
Operadora conseguiu reduzir prejuízo e receita em 2023, mas situação financeira continua delicada; segmento corporativo é a aposta de sobrevivência da Oi
A Oi divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre de 2023, e a operadora encerrou o ano com prejuízo de R$ 5,42 bilhões. Apesar de ser um número expressivo, a operadora conseguiu reduzir as perdas e planeja abdicar da carteira de clientes da Oi Fibra.
Confira abaixo os principais indicadores financeiros da Oi em 2023 e o comparativo com o ano anterior:
Indicador | 2023 | 2022 | Diferença |
---|---|---|---|
Receita líquida | R$ 9,71 bilhões | R$ 12,6 bilhões | -22,9% |
Prejuízo líquido | R$ 5,43 bilhões | R$ 29,26 bilhões | -71,8% |
Capex (investimentos) | R$ 869 milhões | R$ 3,85 bilhões | -77,5% |
A Oi divide a receita entre dois segmentos:
A Oi atribui o recuo na receita líquida aos serviços não-core. Os serviços core já respondem por 72% do faturamento da companhia. Nesse segmento, os números saltaram 5,7% no ano — em especial a banda larga Oi Fibra, que cresceu 10,5%.
Ao isolar somente a banda larga Oi Fibra, a receita líquida foi de R$ 4,42 bilhões no ano. O ARPU (gasto médio mensal por usuário) foi de R$ 91, e se manteve estável em comparação com o ano anterior. Atualmente, o plano mais barato da Oi Fibra custa R$ 79,90 mensais, na velocidade de 200 Mb/s.
A Oi Fibra terminou o ano de 2024 com 4,02 milhões de casas conectadas, aumento de 2,9%. As adições líquidas no ano foram de 119 mil, queda de 77,5% no comparativo anual.
A operadora afirma ter liderado o crescimento de acessos de banda larga com velocidades acima de 300 Mb/s, com ativação de 1,1 milhão de acessos no ano. Isso representa 40% do total entre as grandes operadoras como Claro, TIM e Vivo.
A Oi Fibra encerrou o ano com presença de mercado em 296 cidades. O serviço utiliza a rede neutra V.tal (da qual a Oi é sócia), e tem cobertura em 22,1 milhões de domicílios (home passed) em todos os estados do Brasil. Vale lembrar que essa mesma infraestrutura também atende concorrentes como Claro, Sky, TIM e diversas companhias regionais ou digitais, que podem vender banda larga sem precisar construir infraestrutura de fibra óptica.
A Oi não esconde que a carteira de clientes da Oi Fibra poderá ser vendida. A aposta para a continuidade da operadora é no segmento Oi Soluções, que atende empresas com link dedicado, serviços de TI, telefonia cloud, segurança, entre outros.
Uma reportagem do Valor Econômico aponta que a operadora planeja fatiar a carteira de clientes da Oi Fibra por regiões. Entre as interessadas estariam a Alares, Desktop, Vero e Sky.
Para sair da crise, a Oi também planeja a migração do regime de concessão público para privado. Com isso, a companhia conseguiria economizar custos de manutenção com redes legadas. Para isso acontecer, um acordo precisa ser firmado com o Tribunal de Contas da União (TCU).