Logitech e o problema dos dispositivos que dependem da nuvem
Nós dependemos cada vez mais da nuvem: é lá onde estão nossos e-mails, fotos, backups, entre outros. Claro, você pode manter esses arquivos localmente para quando estiver sem internet, ou para quando o serviço estiver fora do ar.
No entanto, a situação fica mais complicada se você possui um gadget que depende da nuvem para processar seus comandos. O que acontece quando os servidores são desligados, ou quando o serviço é encerrado?

Essa é uma situação que donos do Logitech Harmony Link terão que enfrentar. A empresa vai encerrar o serviço da nuvem para o dispositivo, inutilizando-o após 16 de março de 2018.
O Harmony Link, lançado em 2011, transforma seu iPhone ou Android em um controle remoto universal para TV e home theater. Você envia o comando pelo smartphone — aumentar o volume ou mudar de canal, por exemplo — , então ele é processado nos servidores da Logitech, transferido via Wi-Fi para o Link, e disparado via infravermelho.

Sem a nuvem, o Link não tem como funcionar. Um funcionário da Logitech explica nos fóruns da empresa: “existe uma licença de certificado de tecnologia que vai expirar no próximo mês de março. O certificado não será renovado, pois estamos concentrando recursos no Harmony Hub”.
O Harmony Hub é a evolução do Link, permitindo usar o smartphone para controlar sua TV, home theater e também dispositivos de casa conectada — incluindo lâmpadas, termostatos e fechaduras inteligentes.
A Logitech está oferecendo um Harmony Hub de graça para quem adquiriu o Link no último ano. Para os clientes fora da garantia, ela dá 35% de desconto para comprar o dispositivo.

Isso lembra o caso da Revolv. Ela vendia um hub de US$ 300 que se conectava via Wi-Fi, e funcionava como um controle remoto para os dispositivos inteligentes da sua casa.
No ano passado, a empresa avisou que iria encerrar seus serviços, inutilizando o hub. A Revolv foi adquirida em 2014 pela Nest, que pertence à dona do Google.
Após uma reação negativa dos clientes, a Nest disse que lidou caso a caso “com o pequeno número de clientes da Revolv” para determinar a melhor solução, incluindo reembolso do valor pago.
Às vezes, é possível atualizar um gadget para que ele continue funcionando sem a nuvem. É o que a Pebble fez após ser adquirida pela Fitbit: seus relógios seguem na ativa após a empresa desligar os servidores.
Mas isso nem sempre é possível. É uma pena, porque significa que não temos controle sobre alguns gadgets que integramos ao nosso dia a dia.
Com informações: The Verge, The Next Web.