PS5 atinge 13,4 milhões de vendas, mas Sony deixa de lucrar com games

Receita da Sony no setor de videogames cresceu em 27%, mas lucro despencou devido a poucas vendas de PS4 e jogos exclusivos

Murilo Tunholi
• Atualizado há 3 anos

Desde que foi lançado em novembro de 2020, o PS5 vendeu 13,4 milhões de unidades até hoje, sendo 3,3 milhões comercializadas no último trimestre, entre 1º de julho e 30 de setembro. Porém, segundo os resultados financeiros da Sony divulgados nesta quinta-feira (28), o segmento de videogames da empresa gerou menos lucro nesses três meses em comparação com o mesmo período do ano passado.

Conforme as vendas de PS5 crescem, a procura por PS4 diminui. Neste último trimestre fiscal — equivalente ao terceiro trimestre no calendário —, cerca de 200 mil consoles da geração passada foram comercializados no mundo todo. No mesmo período de 2020, o videogame havia vendido 1,5 milhão de unidades. Em toda a sua vida, 116,7 milhões de PS4 já chegaram às lojas.

Por outro lado, a demanda por jogos nunca foi tão alta. De acordo o relatório financeiro da Sony, a venda de jogos em mídias físicas e digitais aumentou em 9,8%, fechando em 76,4 milhões de unidades comercializadas até 30 de setembro. No trimestre anterior — entre abril e junho — foram 63,6 de cópias vendidas.

Em quantias mais detalhadas, a venda de hardware — PS4 e PS5 — gerou receita de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,8 bilhões) para a Sony neste trimestre. No ano passado, o valor havia sido de US$ 365 milhões (2 bilhões). Já a venda de software deu US$ 3,02 bilhões (R$ 16,9 bilhões), sendo que, em 2020, a empresa tinha registrado um ganho de US$ 2,91 bilhões (R$ 16,2 bilhões).

Receita com games cresceu, mas lucro caiu

Esses números resultaram em um crescimento de 27% na receita de games da Sony, que chegou a US$ 5,68 bilhões (por volta de R$ 31,45 bilhões), incluindo ganhos de PlayStation Plus e microtransações. Por outro lado, o lucro operacional da empresa no segmento de jogos caiu em comparação não só com o trimestre passado, como também com o mesmo período de 2020.

Em setembro de 2021, a empresa lucrou US$ 727,8 milhões (R$ 4,06 bilhões) com videogames — US$ 5,3 milhões (R$ 29,6 milhões) a menos que os US$ 733,1 milhões (R$ 4,09 bilhões) obtidos em junho deste ano. Enquanto isso, em setembro de 2020, a Sony havia lucrado US$ 927,6 milhões (R$ 5,1 bilhões).

PS4 e jogos exclusivos venderam pouco

PS4
PlayStation 4 (Imagem: InspiredImages/Pixabay)

A queda nos lucros foi causada em especial pela diminuição nas vendas de PS4. O PS5, por mais que esteja se saindo bem, era vendido até agosto deste ano por preços mais baixos que os custos de fabricação e não gerava saldo positivo para a Sony. Outros fatores relevantes foram o declínio na venda de jogos exclusivos da empresa e o aumento nas despesas operacionais.

Vale mencionar que houve um crescimento na venda de jogos multiplataforma, porém eles não são tão rentáveis para as fabricantes de consoles quanto os títulos exclusivos. Para contornar esse problema, a Sony está investindo na compra de estúdios, como as desenvolvedoras Bluepoint, Firesprite e Nixxes, para impulsionar a produção de games no futuro.

Setor de eletrônicos impulsionou lucros da Sony

Mesmo lucrando menos do que no ano passado com games, a Sony não está operando em prejuízo. Esse cenário é normal nos primeiros anos de uma nova geração, ainda mais em uma época afetada pelos problemas de logística causados pela COVID-19 e pela escassez de componentes eletrônicos.

Além disso, no consolidado de todos os setores da empresa, a Sony terminou este trimestre fiscal com lucro operacional maior do que no ano passado. O faturamento foi impulsionado em especial pelo crescimento nas áreas de eletrônicos — TVs, câmeras, equipamentos de áudio, entre outros —, serviços — seguradora Sony Life — e investimentos.

Com informações: Sony, Engadget, Twinfinite.

Leia | Como fazer a retrospectiva de jogos do PlayStation 4 e PS5

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.