Raspberry Pi Pico W é uma plaquinha de US$ 6 que agora traz Wi-Fi

Raspberry Pi Pico W é um microcontrolador com chip Arm dual-core e conectividade Wi-Fi 802.11n de 2,4 GHz

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 3 meses
Raspberry Pi Pico W (imagem: divulgação)
Raspberry Pi Pico W (imagem: divulgação)

De longe, parece um módulo de memória RAM ou um SSD M.2. Mas a plaquinha que aparece nas imagens é o novíssimo microcontrolador Raspberry Pi Pico W. Anunciado nesta quinta-feira (30), o dispositivo traz um chip dual-core e, como a letra ‘W’ sinaliza, conectividade Wi-Fi. O preço oficial? US$ 6.

Ok, talvez o “novíssimo” ali em cima tenha sido um exagero. A plaquinha é baseada no primeiro Raspberry Pi Pico, que foi apresentado no início de 2021 com preço de apenas US$ 4.

A maioria das características do modelo anterior foi preservada. É o caso das dimensões: 21 x 51 mm. O chip que comanda tudo também é o mesmo. Trata-se do RP2040, que tem dois núcleos Arm Cortex-M0+ de até 133 MHz e é acompanhado de 264 KB de memória SRAM.

O diferencial do Raspberry Pi Pico W está na presença do Infineon CYW43439. Esse é o chip que permite à placa ter conectividade sem fio no padrão 802.11n (Wi-Fi 4). O componente é acompanhado de uma antena integrada e funciona apenas em 2,4 GHz.

Um detalhe interessante é que o Infineon CYW43439 também é compatível com Bluetooth. Esse recurso não vem ativado, mas a Raspberry Pi afirma que esse pode ser um atributo futuro. Eu não duvido que, logo mais, alguém conseguirá habilitar o Bluetooth na placa e explicará como fazê-lo.

As demais características também foram mantidas, a exemplo da porta micro-USB e dos 40 pinos GPIO (26 dos quais são multifuncionais). Estes últimos são usados para que outros componentes sejam conectados à placa, como sensores e LEDs. Não há conectores para isso, mas esse trabalho não deve ser um problema para quem sabe usar ferro de solda.

O chip RP2040 (imagem: reprodução/Raspberry Pi)
O chip RP2040 (imagem: reprodução/Raspberry Pi)

Raspberry Pi Pico W: para que serve?

Quem não conhece a linha Raspberry Pi Pico pode estar se perguntando o que fazer com uma placa como essa. A resposta é: muita coisa.

Não espere colocar uma distribuição Linux com interface gráfica aqui. Por outro lado, a placa pode atuar como microcontrolador de máquinas industriais ou de projetos de automação residencial, por exemplo.

De acordo com a Raspberry Pi, o primeiro Pico registra quase 2 milhões de unidades comercializadas até o momento. Na maioria das vezes, as compras são feitas por empresas, por conta das aplicações já citadas.

No entanto, nada impede o Raspberry Pi Pico de ser usado em projetos educacionais ou pessoais. Há quem use o dispositivo para controlar sensores de monitoramento em casa ou criar pequenos robôs, por exemplo.

A exemplo da primeira versão, a maneira mais fácil de programar o Raspberry Pi Pico W é usando as linguagens que são oficialmente suportadas pelo dispositivo: C e MicroPython (uma versão do Python otimizada para microcontroladores).

Aumento de 50% no preço

Com preço oficial de US$ 6, o Raspberry Pi Pico W é 50% mais caro que a versão anterior. Mesmo assim, este continua sendo um dispositivo barato, certo? Mais ou menos. Para compras de grandes volumes, a diferença de preço pode ser significativa.

Seria difícil manter o preço mais baixo do que US$ 6. A inclusão da conectividade sem fio é justamente o fator que mais pesa nos custos. De todo modo, a versão anterior, sem Wi-Fi e mais barata (US$ 4), continua à venda.

Raspberry Pi Pico W — ficha técnica

  • Chip: RP2040 com dois núcleos Arm Cortex-M0+ de até 133 MHz
  • RAM: 264 KB de SRAM
  • Armazenamento: 2 MB de Flash
  • Conectividade sem fio: Wi-Fi 802.11n (2,4 GHz) via chip Infineon CYW43439
  • Conectividade física: GPIO de 40 pinos, micro-USB para dados e alimentação elétrica
  • Dimensões: 51 x 21 mm

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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