Receita já faturou R$ 2,6 bi com leilão de bens apreendidos, incluindo eletrônicos

Receita Federal obteve R$ 478 milhões em faturamento com leilões de 2020; órgão costuma leiloar iPhone, Xiaomi e outros celulares

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Receita Federal / Leilão / Eletrônicos
Receita Federal teve faturamento bilionário com leilão de produtos apreendidos (Imagem: Reprodução)

A Receita Federal costuma fazer leilão de produtos confiscados, e o faturamento com os arremates nos últimos 10 anos foi alto: o órgão conseguiu R$ 2,6 bilhões com a venda de itens apreendidos, incluindo eletrônicos como celulares, notebooks ou videogames.

Os arremates são feitos por meio do Sistema de Leilão Eletrônico (SLE), desenvolvido pelo Serpro. A plataforma foi responsável por mais de 1.500 leilões, com cerca de 105 mil lotes regionais de mercadorias confiscadas pela Receita.

A arrecadação com os leilões é expressiva: apenas em 2020, a Receita obteve R$ 478 milhões com os arremates. Desta cifra, 60% foi destinado ao Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades (Fundaf), que é responsável para melhoria nas ações de combate ao contrabando e descaminho. Os outros 40% foram enviados à Seguridade Social.

É válido lembrar que a Receita Federal não leiloa todos os itens apreendidos: ao longo de 2020, o órgão destruiu milhares de aparelhos de TV Box voltados para uso com IPTV pirata e que não passaram por homologação da Anatel. Em situações como essas, algumas peças são enviadas para reciclagem.

Receita costuma leiloar iPhones, PS4, Xbox e Xiaomi

Vários leilões da Receita Federal chamam atenção por conterem objetos eletrônicos de alta popularidade e lances iniciais com valor abaixo do mercado.

Em um arremate realizado pela Alfândega da Receita Federal de Salvador (BA) era possível dar lances a partir de R$ 600 para a compra de um PlayStation 4 ou Xbox One S. Computadores da Apple também costumam ser encontrados, e um Mac Mini tinha valor mínimo de R$ 400, enquanto um MacBook Air era encontrado a partir de R$ 1.000.

Outro leilão de produtos da região Norte continha uma quantidade significativa de celulares: era possível dar um lance mínimo de R$ 250 para um Redmi Note 8, ou R$ 1.980 para um lote contendo dois Redmi Note 9, um Galaxy S7 Edge e um caiaque (sim, um caiaque).

Em Fortaleza, a Receita leiloou um lote contendo um iPhone 11 Pro Max de 64 GB e um Apple Watch Series 4 com lance mínimo de R$ 2.700, enquanto um MacBook Pro de 15 polegadas com 256 GB de armazenamento tinha preço inicial de R$ 4.000.

Comprar itens em um leilão da Receita Federal pode não ser a tarefa mais trivial: nem todos os produtos ficam disponíveis para pessoas físicas, e pode ser necessário o uso de um CNPJ para compra determinados lotes. Além disso é necessário ter um certificado digital para participar da licitação, e o valor do arremate não inclui ICMS, que deve ser pago à parte. Os aparelhos também não contam com nenhuma garantia e devem ser retirados pessoalmente.

Com informações: Serpro

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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