Saraiva não consegue comprador e oferece ações para pagar dívidas
Saraiva pretendia levantar de R$ 90 milhões a R$ 113,5 milhões com venda de e-commerce ou lojas físicas, mas não encontrou interessados
Saraiva pretendia levantar de R$ 90 milhões a R$ 113,5 milhões com venda de e-commerce ou lojas físicas, mas não encontrou interessados
A Saraiva apresentou um novo aditivo ao seu plano de recuperação judicial, que se arrasta desde 2018. O documento vem depois de a livraria não conseguir vender parte de seus negócios para pagar as dívidas. Agora, os credores que não quiserem parcelar os pagamentos até 2048 terão que aceitar ações da companhia.
Como o PublishNews apurou em agosto, a Saraiva tinha planos de vender seu e-commerce ou suas lojas físicas, usando o dinheiro para quitar parte dos débitos e fazer caixa para tocar a parte que continuasse sob seu controle.
A terceira tentativa de venda aconteceu em agosto. Os valores esperados eram de R$ 113,5 milhões pelas lojas físicas ou R$ 90 milhões pelo e-commerce. As cifras já eram bem menores que o que se pretendia no primeiro pregão, em abril: respectivamente, R$ 189 milhões e R$ 150 milhões. O PublishNews diz que uma varejista brasileira chegou a se interessar pela operação virtual da Saraiva, mas, mesmo assim, ninguém fechou negócio.
O plano anterior apresentava duas opções para os credores: um pagamento de 20% das dívidas (com dinheiro que viria da venda) ou escalonamento do saldo negativo em parcelas trimestrais, começando em 2026 e indo até 2048.
Como a primeira proposta não existe mais, a alternativa agora é receber ações da companhia. Atualmente, os papéis da Saraiva são negociados na bolsa por menos de R$ 1. Para quem havia optado pelos pagamentos escalonados, nada muda.
A recuperação judicial da Saraiva começou em novembro de 2018 e o processo corre na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A companhia declarou uma dívida de R$ 675 milhões.
De lá para cá, a rede física da Saraiva encolheu. Só em 2020 foram 36 lojas fechadas, praticamente metade das 73 que estavam abertas em janeiro daquele ano. A empresa vende seus livros no marketplace da Amazon, inclusive. No último balanço, a livraria apresentou um prejuízo de R$ 19,2 milhões no trimestre.
Com o novo plano, os credores têm 30 dias para se manifestar. Depois, a assembleia geral de credores precisa aprovar a proposta de aditivo. Caso isso não aconteça, um juiz pode decretar automaticamente a falência da companhia.
Com informações: PublishNews