Huawei não vai mais receber chips da TSMC por restrição dos EUA
Huawei é o segundo maior cliente da TSMC; em compensação, esta poderá receber mais pedidos de companhias americanas
Huawei é o segundo maior cliente da TSMC; em compensação, esta poderá receber mais pedidos de companhias americanas
As restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos à Huawei já eram severas, mas ficaram piores. A TSMC, maior fornecedora de semicondutores do mundo, não está mais aceitando pedidos da companhia chinesa. A decisão tem relação com os novos controles de exportação anunciados pelo governo americano na semana passada. O clima na Huawei é de indignação.
Na primeira olhada, a posição da TSMC surpreende, pois a Huawei é a segunda maior cliente da empresa, perdendo apenas para a Apple. Mas, aparentemente, esse não é um movimento que visa apenas seguir as determinações do governo americano: no mesmo dia em que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou novas restrições, a TSMC revelou que abrirá uma fábrica de chips no Arizona.
O empreendimento será possível graças a um investimento de US$ 12 bilhões e contará com o apoio dos governos local e federal. Quando em funcionamento, a fábrica permitirá que mais clientes americanos sejam atendidos pela TSMC e obtenham chips em território nacional.
Em contrapartida, a Huawei é, mais uma vez, afetada. Na semana passada, a administração Trump estendeu as restrições que proíbem empresas americanas de negociarem com a Huawei e a ZTE para maio de 2021. As sanções estavam previstas para durar até 15 de maio deste ano.
Pouco tempo depois, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou um novo conjunto de regras que impede fabricantes estrangeiros de semicondutores, mas que usam tecnologia americana, de fornecer chips à Huawei.
Chips já encomendados ou em produção poderão ser enviados à companhia chinesa, desde que as remessas sejam concluídas até 14 de setembro de 2020. A Huawei destina esses semicondutores aos seus dispositivos móveis e a equipamentos de rede.
A companhia não esconde que o impacto da nova restrição sobre suas operações vai ser grande. “Essa decisão foi arbitrária e perniciosa, e ameaça minar toda a indústria em escala global. A nova regra impactará a expansão, manutenção e operações contínuas de redes no valor de centenas de bilhões de dólares que viabilizamos em mais de 170 países”, informou a Huawei em nota.
É provável que, como reação, a Huawei procure outros fornecedores de chips. A Samsung pode ser um deles. Outro é a chinesa SMIC que, na verdade, já fornece semicondutores à Huawei: a empresa vem respondendo pela produção do processadores Kirin 710A.
O problema é que, se comparada à TSMC, a SMIC é considerada pequena. A companhia acaba de receber um investimento de valor equivalente a US$ 2,2 bilhões do governo chinês, mesmo assim, é pouco provável que consiga dar conta da demanda da Huawei.
Não surpreende que a companhia esteja se queixando aos quatro ventos. Ainda em nota, a Huawei sugeriu que a decisão do governo dos Estados Unidos terá impacto sobre um grande número de indústrias e “a longo prazo, prejudicará a confiança e colaboração no setor global de semicondutores”.
Com informações: The Verge, TechCrunch.