EUA ampliam sanções contra Huawei após marca lançar notebook com chip Intel
Licenças especiais que permitiam envio de chips à Huawei foram derrubadas depois que marca chinesa anunciou notebook com processador Core Ultra 9
Licenças especiais que permitiam envio de chips à Huawei foram derrubadas depois que marca chinesa anunciou notebook com processador Core Ultra 9
Os Estados Unidos restringem relações entre empresas americanas e a Huawei desde 2019. Existiam exceções que permitiam que companhias como Intel e Qualcomm negociassem com a empresa chinesa, mas elas acabaram de ser derrubadas. Isso aconteceu depois que a Huawei anunciou um notebook com chip Intel Core Ultra.
As sanções comerciais à Huawei foram aplicadas a partir de 2019 pela governo Trump sob a alegação principal de que a companhia é suspeita de praticar espionagem para a China. Por conta disso, a Huawei foi incluída na lista de organizações que ameaçam a segurança dos Estados Unidos.
Com essa restrição, companhias americanas só podem negociar com a Huawei (ou com qualquer outra organização presente na lista) se obtiverem autorização do governo dos Estados Unidos.
Companhias como Intel e Qualcomm tinha autorização para vender determinados modelos de chips para notebooks e celulares à Huawei pelo menos desde 2022. Há informações de que essas licenças iriam perdurar até o fim de 2024. Mas elas foram revogadas nesta semana.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos confirmou as revogações à CNBC, mas não informou o motivo exato da decisão. Em nota, um porta-voz do órgão deu a seguinte explicação:
Nós avaliamos continuamente como nossos controles podem proteger melhor a a segurança nacional e nossos interesses de políticas externas, levando em conta as constantes mudanças no ambiente de ameaças e no cenário tecnológicos.
Coincidência ou não, a decisão surge depois que a Huawei anunciou a nova versão do MateBook X Pro. O notebook é equipado com a avançada linha de processadores Core Ultra 9, da Intel.
O anúncio do notebook fez legisladores americanos criticarem o Departamento de Comércio por ter permitido que a Huawei recebesse chips da Intel.
Entre eles está o republicano Michael Gallagher, que declarou que “um dos maiores mistérios de Washington é o porquê de o Departamento de Comércio continuar permitindo que tecnologias dos Estados Unidos sejam fornecidas à Huawei”.
A pressão parece ter funcionado. Inesperadamente, as licenças que permitiam que determinadas companhias americanas negociassem chips com a Huawei foram derrubadas. Entre essas companhias estão Intel e Qualcomm.
De acordo com o The Verge, a Intel sinaliza que as novas restrições devem afetar as suas receitas no próximo trimestre, ainda que elas permaneçam dentro da faixa prevista de US$ 12,5 bilhões a US$ 13,5 bilhões.
A companhia também sinaliza as “tensões geopolíticas e comercias entre Estados Unidos e China” como um dos riscos para as suas operações.