Huawei deve apostar alto em celulares em 2024

Gigante chinesa vive bom momento com a chegada do Mate 60 Pro. Novo smartphone tem processador Kirin 9000S de 7 nanômetros.

Thássius Veloso
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Smartphone Huawei Mate 60 Pro na cor lilás
Mate 60 Pro chegou ao mercado em agosto (Imagem: Divulgação/Huawei)

A Huawei está se preparando para um ano de 2024 bastante robusto em vendas de smartphones, de acordo com o analista Ming-Chi Kuo, um dos mais respeitados do mercado. Ele estima que a fabricante encomende entre 30 e 40 milhões de componentes ao longo do período.

Para tanto, a fabricante estaria projetando três novos celulares poderosos: os supostos Huawei P70, Mate 70 e uma nova geração da linha de aparelhos dobráveis (para fazer frente ao Galaxy Z Fold 5).

Proibição nos Estados Unidos

Caso as informações se confirmem, será interessante ver a reviravolta que os chineses podem estar organizando nos últimos tempos. A Huawei está banida dos Estados Unidos desde 2019. Foi uma decisão do governo de Donald Trump que se manteve na administração de Joe Biden.

Na prática, a gigante de telecomunicações não pode vender seus produtos em solo americano nem encomendar insumos de empresas baseadas nos Estados Unidos. Esta tem sido uma das principais dificuldades para a Huawei, que se retirou de uma das economias mais importantes do planeta.

Os relatos são de que a Huawei encomendou peças do grupo industrial Compeq, baseado em Taiwan. Ele seria o principal fornecedor de placas-mãe, entre outros componentes (HDI, HLC, FPC e PCB).

Foto de Donald Trump e marca da Huawei
Sanções à Huawei começaram no governo Trump e continuaram na administração Biden (Imagem: Arte/Tecnoblog)

O misterioso Mate 60 Pro

A Huawei vive um bom momento desde que lançou o Mate 60 Pro no mercado chinês. O smartphone de ponta surpreendeu a todos por conter um processador Kirin 9000s produzido em litografia de 7 nanômetros.

A grande novidade deste episódio tem a ver com os chineses criarem um processo de fabricação que não dependa de tecnologia dos Estados Unidos. Ao menos em tese, é como se tivessem refeito o projeto do zero para fugir das sanções americanas.

Analistas creem que a China pode estar se encaminhando para desenvolver um ecossistema próprio de fabricação de semicondutores. Este componente é considerado vital num planeta que rapidamente passa pelo processo de digitalização.

Além disso, a conexão 5G do Mate 60 Pro estaria em pé de igualdade com o iPhone 14, considerado bastante eficiente.

A aceitação do público consumidor tem sido enorme. A estimativa de entregas do Mate 60 Pro cresceu 20% desde o lançamento, em agosto, com cerca de 6 milhões de celulares produzidos neste semestre.

Pode ser que o inesperado interesse pelo novo Mate tenha ampliado a disposição da Huawei em apostar nos smartphones no próximo ano.

Sem previsão para o Brasil

Huawei Band 8
Empresa vende wearables no Brasil, como o Huawei Band 8 (Imagem: Giovanni Santa Rosa/Tecnoblog)

Os movimentos da Huawei no exterior podem não se refletir na operação da companhia no Brasil. Ela segue muito forte no fornecimento de peças e tecnologia de conectividade, tanto que é uma das principais marcas relacionadas à infraestrutura de 5G por aqui.

Por outro lado, os chineses têm sido tímidos quanto ao lançamento de outros eletrônicos. Recentemente apresentaram o Huawei Watch Fit Special Edition, um relógio inteligente com preço sugerido de R$ 499.

A fabricante fará um evento em 2 de outubro em São Paulo para revelar a “estratégia de wearables e novos produtos”. Em nota ao Tecnoblog, a Huawei disse que não há previsão de lançamento de novos smartphones.

Com informações de Huawei Central e Ming-Chi Kuo

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Thássius Veloso

Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

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