6 coisas para saber antes de comprar um monitor gamer

Taxa de quadros, frequência, resolução… Saiba o que um monitor precisa ter para ser considerado gamer

Vivi Werneck
Por
• Atualizado há 1 ano e 1 mês

Para ter a melhor experiência possível ao jogar no computador é necessário também dar atenção à tela que vai usar. Geralmente, o monitor é o periférico mais “negligenciado” ao se montar um PC para jogos. No entanto, se realmente quiser aproveitar o melhor da qualidade gráfica da sua máquina, é importante ficar atento a algumas características fundamentais que todo monitor gamer precisa ter.

A seguir, listamos alguns pontos a serem considerados, se quiser investir num equipamento como este. Vale lembrar que não necessariamente você precisa ter um monitor gamer para jogar, mas se tem um computador bem equipado com um boa placa de vídeo, por exemplo, talvez não esteja aproveitando todo o seu potencial com um display mais básico.

1. Resolução compatível com placa de vídeo

Esta talvez seja uma das primeiras características que vem à cabeça quando se pensa em monitores. Resumidamente, resolução é a quantidade de pixels existentes num display. A tela do monitor é composta por centenas de pequenos pixels e, cada um deles, projeta diferentes cores e sombras. Todos esses pixels juntos formam, justamente, as figuras que você vê na tela. Quanto mais pixels um monitor tiver, melhor será a qualidade da imagem mostrada.

Com isso, no mercado brasileiro, é possível encontrar displays com as seguintes resoluções:

  • 1080p (Full HD)
  • 1440p (QHD/2K)
  • 2160p (UHD/4K)

Mesmo com a já comercialização de monitores 4K no Brasil, o gamer que tem interesse em investir num produto desses deve estar atento a dois fatores extras: preço alto (no mínimo, em torno de R$ 1.500 numa tela de 28”) e a configuração da sua máquina.

Só será possível experimentar o 4K se a placa de vídeo suportar essa resolução, por exemplo. A imagem de um monitor UHD tende a ser superior naturalmente, mesmo num computador não tão poderoso, mas não será aproveitada ao máximo se os demais hardwares não ajudarem.

Ao menos por enquanto, não é tão necessário assim gastar fortunas em um monitor 4K. As telas QHD ainda fazem um bom trabalho, especialmente levando em consideração que a maioria dos games atuais já conseguiram estabilizar bem a taxa de 30 quadros por segundo, os famosos fps (frames per second), para este tipo de resolução.

resolução-tela / Reprodução

2. Taxa de atualização alta

Medido em Hertz (Hz), a taxa de atualização é bem como o próprio nome diz: o número de vezes que a imagem na tela atualiza por segundo. Outra função é medir quantos quadros, também por segundo, o monitor em questão é capaz de gerar e, principalmente, sustentar.

Os displays atuais trabalham com as seguintes frequências:

  • 60Hz
  • 144Hz
  • 240Hz

Novamente, por mais que o seu monitor trabalhe com uma frequência de 144Hz, por exemplo, ele apenas conseguirá gerar essa taxa de atualização se a sua placa de vídeo suportar esse número de quadros.

E no que a taxa de atualização é importante para jogos?

O movimento criado em todos os elementos dos jogos (personagens, ambientes, equipamentos, e etc) é gerado a partir da sobreposição em sequência de centenas de milhares imagens estáticas, bem como em filmes.

Cada imagem representa um quadro (frame), ou seja, quanto mais rápido o monitor conseguir trocar uma dessas imagens estáticas pela outra (a taxa de atualização), maior será a sensação de fluidez e naturalidade do movimento. Dependendo da capacidade gráfica da sua GPU, um display de 60Hz será capaz de atualizar 60 quadros por segundo, por exemplo.

3. Sincronia adaptativa (Adaptive Sync) para evitar cortes

A função ajuda evitar cortes na imagem durante o jogo. Geralmente, quando esses cortes acontecem, a impressão que se tem é que a tela teria “quebrado” ao meio. Vários monitores, com uma pegada gamer, já agregam a função (é só ficar de olho nas especificações técnicas). No mercado, a AMD trabalha com FreeSync, já a NVIDIA com a G-SYNC. É bom lembrar que cada solução funciona apenas com a placa da respectiva fabricante.

Independentemente da sua escolha, manter ativa a Adaptive Sync acabará de vez com a possibilidade de aparecem cortes nas imagens, porém, a um leve custo de performance, mas nada que seja impactante ou que vá atrapalhar seu gameplay.

geforce-gsync / Divulgação

4. Tempo de resposta mais curto

Medido em Milissegundos (ms), o tempo de resposta nada mais é que a velocidade que um pixel leva para mudar do preto para o branco, ou para alternar seus tons de cinza. Para jogos, a medida representa o quão natural parecerá a imagem em movimento para você.

Quanto menor o tempo de resposta, mais suave serão os movimentos. Tempos de resposta altos tendem a criar borrões ao mexer rápido com a câmera em jogo de tiro ou de corrida, por exemplo. Isso acontece pelo fato do pixel ter demorado demais para fazer a troca das cores ou sombras.

Monitores TN (twisted nematic) trabalham com o tempo de resposta de 1ms, enquanto telas IPS (in-plane switching) – mais comuns – suportam até 4ms. No entanto, a diferença só é perceptível mesmo ao colocar esses dois monitores lado a lado. Ambos os displays oferecem boa qualidade de imagens, cores, brilhos e sombras. A grande vantagem do TN é mesmo a velocidade.

5. Tamanho da tela a gosto

O tamanho do monitor que for escolher vai muito do gosto pessoal. Como será uma tela que ficará bem próxima dos seus olhos, um display grande demais pode até causar certo desconforto. Há opções de telas curvadas também que, em teoria, aumentariam a imersão durante os jogos. Geralmente, displays entre 21 a 27 polegadas cumprem bem o papel para games.

6. Conectores variados

Outro ponto bem importante a ser considerado, mas que depende diretamente da sua necessidade de uso, são quais conectores estão disponíveis no aparelho e sua quantidade. Geralmente, você encontrará as seguintes entradas (não necessariamente todas de uma vez. Depende do modelo que for adquirir):

  • Entrada para a fonte de energia
  • DisplayPort 1.4 – Excelente opção para transferência de áudio e vídeo
  • HDMI (1.4/2.0) – Não suporta uma taxa de atualização tão alta quanto a DisplayPort 1.4, mas ainda é uma ótima opção
  • USB (2.0/3.0) – Se possível, opte por USB 3.0. A velocidade de leitura/gravação é melhor
  • 5mm Audio Out – Bem útil para conectar fones e caixas de som diretamente no monitor

Considerações finais

Se está mesmo querendo investir em um monitor gamer, pelas várias vantagens que esse tipo de aparelho pode trazer ao seu gameplay (especialmente se for um entusiasta por esports), as dicas acima vão te ajudar muito a não cair em furadas e acabar comprando um display de qualidade inferior, por não entender bem as especificações técnicas.

Vale ressaltar que, normalmente, todo eletrônico um pouco mais segmentado por público tende a ser mais caro também. Monitores gamers não são tão baratos, mas podem se tornar um bom investimento a longo prazo já que, diferentemente dos demais hardwares do seu gabinete, você não precisará trocá-lo tão cedo.

Com informações: Gamingscan e Techguided

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Vivi Werneck

Vivi Werneck

Ex-editora assistente

Vivi Werneck é especialista em games e trabalha no mundo tech há 15 anos. Em 2018, recebeu o Prêmio Comunique-se como melhor jornalista de tecnologia. Já escreveu para revistas de games pioneiras no Brasil, como EDGE, PlayStation Brasil e EGW. Também é veterana em eventos de jogos, como a BGS e E3 (inclusive, presencialmente). No Tecnoblog, foi editora-assistente entre 2018 e 2023.

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