O que é o Ataque 51% em criptomoedas?

“Monopólio” da maioria computacional; saiba o que é o Ataque 51% em criptomoedas e por que o bitcoin é protegido

Leandro Kovacs
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• Atualizado há 11 meses
O que é Ataque 51%? (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A possibilidade de ataque se expande com a queda de recompensa durante as ações de halving feitas pela rede bitcoin em prazos pré-determinados. Veja abaixo, o que é o Ataque 51% em criptomoedas e entenda como funciona e por qual motivo o bitcoin tem maior chance de proteção contra essa modalidade de ação em relação a moedas menores.

Definindo o ataque da maioria

O Ataque de 51% refere-se a uma ação contra um blockchain — têm possibilidades menores contra o bitcoin, que considera a chance de ataque hipotética. A ação é feita por um grupo de mineradores que controlam mais de 50% da taxa de hash de mineração da rede ou poder de computação.

Teoricamente, os atacantes seriam capazes de impedir que novas transações obtivessem confirmações, permitindo-lhes interromper os pagamentos entre alguns ou todos os usuários.

Outra ameaça importante é a de reverter transações que foram concluídas enquanto estavam no controle da rede, o que significa que poderiam gastar moedas em duplicata — um dos pilares de proteção das criptomoedas.

Eles quase não seriam capazes de criar novas moedas ou alterar blocos antigos. Um Ataque de 51% provavelmente não destruiria o bitcoin ou outra moeda baseada em blockchain, mesmo que fosse altamente prejudicial. O ataque se resume basicamente à manipulação.

Como funciona o Ataque 51% em blockchains

Tudo em criptomoedas é baseado em blockchains, uma forma de um livro de registro distribuído. Esses arquivos digitais registram todas as transações feitas na rede e estão disponíveis para todos os usuários – e o público em geral – para revisão.

Como resultado, ninguém pode gastar uma moeda duas vezes. Como o próprio nome indica, um blockchain é uma cadeia de blocos, que são pacotes de dados que registram todas as transações concluídas durante um determinado período. Para o bitcoin, um novo bloco é gerado aproximadamente a cada 10 minutos.

Depois que um bloco é finalizado ou extraído, ele não pode ser alterado, pois uma versão fraudulenta do livro público seria rapidamente detectada e rejeitada pelos usuários da rede.

O grande problema é que ao controlar a maior parte do poder de computação na rede, um invasor ou grupo de invasores pode interferir no processo de gravação de novos blocos. Até pior, podem impedir que outros mineradores completem blocos, teoricamente permitindo que eles monopolizem a mineração e ganhem todas as recompensas.

Criptomoedas menores estão mais vulneráveis ao Ataque 51% (Imagem: Kanchanara/Unsplash)
Criptomoedas menores estão mais vulneráveis ao Ataque 51% (Imagem: Kanchanara/Unsplash)

Na rede bitcoin

A possibilidade é bloquear as transações de outros usuários e enviar uma transação e, em seguida, revertê-la, fazendo parecer que ainda tinham a moeda que acabaram de gastar.

Essa vulnerabilidade, conhecida como gasto duplo, é o equivalente digital de uma falsificação perfeita e o erro criptográfico básico que o blockchain foi construído para superar — tornando-se um pilar de segurança e confiança da rede.

Uma rede que permitisse gastos duplos sofreria rapidamente uma perda de confiança. Alterar blocos históricos — transações bloqueadas antes do início do ataque — seria extremamente difícil, mesmo no caso de um Ataque de 51%.

Quanto mais antigas as transações forem, mais difícil é alterá-las. Seria impossível modificar as transações antes de um ponto de verificação, após o qual as transações são codificadas no software do bitcoin.

Mesmo assim, uma forma de Ataque de 51% é possível — até com menos de 50% do poder de mineração da rede —, mas com uma menor probabilidade de sucesso.

Existe possibilidade real de Ataque 51%?

Atualmente é bem baixa, pois as redes de criptomoedas tem alcançado números gigantescos de usuários, principalmente o bitcoin. Porém, a possibilidade nunca é zero. A redução de mineradores é uma característica verídica, logo após os movimentos de halving da rede bitcoin, o que aumenta a possibilidade de ocorrer o ataque, mesmo que seja pequena.

Embora seja muito difícil alguém obter mais poder computacional do que o resto da rede bitcoin, não podemos dizer o mesmo se tratando de criptomoedas menores. Quando comparadas às principais, as menores têm pouco poder computacional protegendo suas blockchains.

A situação poderia possibilitar um Ataque de 51% (como já foram registrados). Alguns exemplos de vítimas dessa modalidade de ataque incluem: Monacoin, Bitcoin Gold e ZenCash.

Com informação: Economic times, Investopedia, Binance academy.

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Leandro Kovacs

Leandro Kovacs

Ex-autor

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos.

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