Acer Predator Helios 300 (RTX 2070): intermediário com muita força no Full HD

O Acer Predator Helios 300 é um notebook com hardware intermediário e pode passar por topo de linha se você só joga em 1080p

André Fogaça
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• Atualizado há 11 meses
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

O mercado de notebooks gamer vem crescendo ano após ano no Brasil, com mais empresas entregando a possibilidade de curtir jogos pesados em um computador portátil o suficiente para ficar confortável na mochila. Um dos modelos mais recentes da Acer é o Predator Helios 300. Ele promete desempenho em mais de 100 fps para jogos competitivos e tudo isso vem de uma placa gráfica Nvidia GeForce RTX 2070, junto um Intel Core i7 de décima geração.

Eu passei as últimas semanas dividindo meu tempo entre trabalho e jogo neste notebook, para te contar nos próximos parágrafos se ele funciona neste mundo onde pagar boletos é tão importante quanto conseguir o primeiro lugar em um Battle Royale da vida.

Análise do Acer Predator Helios 300 em vídeo

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O Acer Predator Helios 300 foi fornecido pela Acer por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Design e conectividade

Nenhum canto ou centímetro do Acer Predator Helios 300 tenta esconder que este é um notebook gamer. O portátil utiliza bordas com ângulos retos, tem luz até no logo da empresa na tampa e exibe com orgulho os locais onde o ar quente sai. Faz sentido e tem um detalhe extra geralmente não presente nestes notebooks: o acabamento é feito em grande parte por metal.

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Mesmo com tanta pompa apontando para esse tipo de uso, o visual do computador ainda pode ter detalhes menos chamativos pra quem está trabalhando e ainda não conseguiu entrar na partida do game. A cor somente preta e a presença de apenas o logo iluminado para fora das luzes do teclado seguem neste pensamento de uso híbrido.

Ao todo são 2,2 quilos e a espessura fica em quase 23 milímetros. Estes números encaixam bem em um segmento gamer e reforçam a necessidade de utilizar o computador em uma mesa, não no colo. Ele é pesado demais pras pernas e parte importantíssima da ventilação passa por baixo do PC, então é bom manter longe do corpo.

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Em conexões o Acer Predator Helios 300 conta com três portas USB 3.2, sendo uma sempre energizada, um USB-C sem Thunderbolt, saída Mini DisplayPort, RJ45 para rede e também conector para fones de ouvido com microfone. Senti a falta de leitor para cartões de memória, mas até dá para passar por este detalhe ser um notebook gamer.

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Tela, áudio e webcam

Já a tela é de 15,6 polegadas em LCD IPS e Full HD (1.920 x 1.080 pixels), com taxa de atualização de 144 Hz e uma camada antirreflexo bem interessante para não transformar o display em um espelho. Mesmo sem necessidade, os ângulos de visão são satisfatórios também pra quem fica mais pro lado.

A reprodução de cores agrada bastante, mas isso não pode ser aplicado para experiência sonora. Ela está abaixo do básico para um notebook, mas este é outro ponto que pode ser nem notado pelo público gamer, que geralmente vai jogar com fones de ouvido mesmo. Já a webcam é apenas HD, em 720p e faz o bem básico para quem vai streamar ou participar de uma reunião. Só isso mesmo.

Teclado e touchpad

O teclado é retroiluminado, com as teclas pretas e o símbolo de cada uma em branco, o que ajuda muito na hora de identificar cada uma mesmo quando a iluminação está desligada. Ponto positivo pra Acer!

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Se você espera um teclado mecânico, ficará desapontado, mas ao mesmo tempo eu coloco como outro ponto positivo justamente pelo barulho menor. Digitar enquanto trabalho é confortável pelo espaço de cada tecla e existe um destaque tátil e de cores pro W, A, S, D e as setas na parte inferior.

O teclado está no padrão ABNT2, o que é bom, mas achei muito estranho o controle de volume ficar nas setas, não no topo com as outras de função. Ok, é só se acostumar que tá tudo certo. Por fim, o touchpad é grande e isso é raro até mesmo em notebooks não gamer. Mandou bem, Acer!

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Jogos

O Acer Predator Helios 300 roda Windows 10 de fábrica como praticamente qualquer notebook e o conjunto de hardware faz toda a experiência ser veloz, muito veloz. O modelo dos testes tem uma placa gráfica Nvidia GeForce RTX 2070 Max-Q, 16 GB de RAM DDR4, junto do processador Intel Core i7 10750H.

Em armazenamento, de fábrica o modelo oferece um HD tradicional para dados e um SSD de 256 GB NVMe em porta PCIe. Com o sistema no disco de estado sólido e os programas também por lá, o Windows inicia quase que de forma instantânea.

Você veio até aqui para jogos, então vamos pra eles. É preciso lembrar apenas uma coisinha: como qualquer notebook gamer, o Helios 300 é barulhento quando precisa resfriar o hardware e isso acontece durante todo o tempo de jogatina, mas jogar com fones de ouvido me fez nem perceber todo esse barulho. Bom, para os jogos.

Começando os testes com um título competitivo com Overwatch, exatamente o alvo de uma tela com 144 hertz. Eu coloquei todos os recursos na configuração Épico e ativei os raios de luz gerados e acompanhados pela GPU, para conseguir uma taxa girando entre 90 e 110 quadros por segundo. Desligar o ray tracing fez o game ganhar mais desempenho, chegando em alguns momentos aos 140 fps.

Seguindo nessa linha de jogos competitivos, eu testei o Warzone de Call of Duty. O game é muito, mas muito mais pesado em todos os aspectos e o hardware sentiu a diferença. Com todos os recursos ativados, junto de DLSS, a taxa de quadros por segundo ficou girando entre 60 e 80 fps. Mesmo baixando a qualidade, foi difícil chegar ao número mágico de 144. Tudo bem, esse game demanda muito mesmo.

Passando para o quase esquecido Heroes of the Storm, ele é um MOBA nos moldes de League of Legends e que voltou a rodar tranquilo com todos os gráficos no máximo possível. Nele, a experiência ficou entre 90 e 130 quadros por segundo, dependendo do momento. Curiosidade: na morte, com os efeitos extras na tela, o hardware sofre um pouco mais. Vai entender.

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Partindo pra um jogo mais contemplativo e fugindo do competitivo, coloquei o benchmark de Shadow of the Tomb Raider. Colocando tudo no máximo, inclusive com ray tracing e DLSS, a experiência girou entre 25 e 50 fps. Baixar o antisserrilhamento fez o jogo ganhar uns 5 fps. Colocar o ray tracing no mínimo, fez o game atingir 50 fps de média, bem melhor. Com alguns ajustes é possível chegar em 60 quadros mesmo sem queda brusca na qualidade.

O velho de guerra GTA 5 entrou nos testes e mostrou que mesmo sendo bem antigo, ainda pesa bastante se você quer tudo no máximo. Nesta configuração, o desempenho girou entre 40 e 60 fps. Já Metro Exodus, na versão aprimorada para PC e lançada recentemente, colocar tudo em Extremo e ligar ray tracing faz o game rodar em 30 fps.

Coloquei então as configurações um degrau abaixo, chamado de Ultra e ativei o DLSS, para conseguir um jogo rodando quase perto de 60 fps o tempo todo. Voltando para o competitivo, Apex Legends conseguiu marcar entre 90 e 110 fps com tudo no máximo e sem qualquer engasgo.

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Battlefield 5 com tudo no Ultra e ray tracing ativado ficou girando pouco acima dos 30 fps. Ligando o DLSS deu para bater em 60 quadros. Fortnite parece leve, mas ativar todos os recursos de raios de luz e colocando os gráficos no máximo faz o jogo exibir 15 fps. Ativando o DLSS, ligando pouco ray tracing e baixando um degrau do extremo em gráficos, fez o título chegar nos 60 fps.

Como ele é um jogo competitivo e mais vale a velocidade de reação do que a beleza do game, então desligar o ray tracing é regra. Neste cenário dá pra passar de 100 fps com facilidade.

Control com tudo no máximo e DLSS ativado fixou em 60 fps, mas se desligar a ferramenta de inteligência artificial da Nvidia o desempenho cai e fica entre 35 e 40 quadros. É o suficiente para quem joga no console, mas pode irritar os gamers de PC mesmo.

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Por fim, Cyberpunk 2077. O game polêmico rodou com configuração em alta e sem DLSS ou ray tracing, gerando uma média de 40 fps. Ligando o DLSS e ray tracing para algo não atingindo o máximo, deu para ver Night City em 50 fps de média.

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Para ajudar em todos os jogos, existe um aplicativo chamado PredatorSense e ele é ativado com um atalho fixo no teclado. O programa controla diversos pontos como a iluminação das teclas, permite overclock, ajusta velocidade das ventoinhas e até monitora como está o sistema. É bem completo.

Ah, claro, todos os testes foram feitos em resolução Full HD (1.920 x 1.080 pixels), que é a nativa do monitor do Helios 300. A escala sempre esteve em 100% deste total, nunca abaixo ou acima disso. Fechando a parte de jogos, curtir um game com a bateria não é uma realidade seja pelo tempo pífio neste modo, não passando de 45 minutos, seja pelo hardware entregando menos quando fora da tomada.

App PredatorSense (Imagem: reprodução/Acer)
App PredatorSense (Imagem: reprodução/Acer)

Em um uso normal, de trabalho, é possível ficar umas três horas longe da tomada. Pouco, mas dentro do cenário de notebooks gamer.

Acer Predator Helios 300 com RTX 2070 Max-Q: vale a pena?

O Acer Predator Helios 300 é um notebook gamer intermediário, mesmo quando os resultados de jogos foram promissores, já que eles aconteceram em Full HD e não em resoluções superiores. O corpo em metal é bonito, mas faz o calor espalhar pra algumas áreas, ao menos não pros dedos no teclado.

Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Acer Predator Helios 300 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Outro detalhe do corpo neste material fica pros cantos mais afiados, especialmente o esquerdo. Nele o pulso raspa na quina e é chato, incomoda bastante. Eu achei o teclado bem confortável para trabalhar ou jogar e ter o padrão ABNT2 é um extra muito interessante, não muito comum nesse tipo de PC.

O atual cenário brasileiro, junto da escassez de chips no mundo todo, faz este notebook custar mais de de R$ 10 mil e isso beira o dobro do preço de tabela para um Xbox Series X ou PlayStation 5, mas dentro da faixa de outros notebooks gamer. Mesmo com os valores flutuando, o Acer Predator Helios 300 pode custar menos do que os poucos concorrentes no Brasil em alguns momentos.

Se você precisa de um notebook agora e quer garantir desempenho ótimo por alguns anos em Full HD, junto de hardware forte para o trabalho pesado neste mesmo período, o Acer Predator Helios 300 é uma das melhores escolhas para quem está no Brasil. É caro, muito caro, mas o mercado segue assim. É o que tem para hoje.

Acer Predator Helios 300 (RTX 2070)

Prós

  • Roda tudo (em 1080p) e sem engasgos
  • Tela de 144 Hz é ótima
  • Teclado confortável
  • Trackpad grande ajuda no trabalho
  • Permite expansão de RAM e espaço interno

Contras

  • Quina da esquerda incomoda no braço
  • Webcam poderia ser melhor
  • Modo turbo é extremamente barulhento
Nota Final 8
Bateria
4
Conectividade
9
Desempenho
10
Design
9
Software
9
Som
4
Teclado
9
Tela
9
Trackpad
9

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André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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