Martin Lewis, famoso especialista em finanças no Reino Unido, decidiu abrir um processo contra o Facebook. Ele encontrou cerca de 50 anúncios falsos na rede social que usavam sua imagem.

Lewis pensou ter descoberto quase todas as campanhas enganosas. No entanto, havia milhares de posts pagos com o rosto do especialista. É o que revelou Mike Schroepfer, diretor de tecnologia do Facebook, em depoimento ao Parlamento britânico.

Após depoimentos de Mark Zuckerberg ao Congresso americano, o Facebook também foi confrontado pelo Reino Unido. Na quinta-feira (26), Schroepfer foi enviado para dar explicações sobre o caso Cambridge Analytica.

Entre as perguntas, o executivo admitiu que anúncios falsos são um desafio para o Facebook. O problema é maior por conta dos “dark ads”, que não são vistos por quem não se encaixa na segmentação definida pelo anunciante.

Ou seja, Lewis não conseguiria remover todos os anúncios falsos com sua imagem, conforme foi sugerido pelo Facebook, porque não seria capaz de ver todos eles. “Não é meu trabalho policiar o Facebook. Esse é o trabalho do próprio Facebook, que está sendo pago para publicar golpes”, escreve Lewis na rede social.

Um exemplo de anúncio falso envolvendo Martin Lewis

Transparência?

Ao comitê digital do Parlamento, Schroepfer disse que o Facebook removeu os milhares de anúncios “proativamente”. No entanto, ele ainda teve de responder outras questões envolvendo “dark ads”. Uma delas questionava como alguém poderia denunciar anúncios que não poderia ver.

Segundo o TechCrunch, o executivo evitou uma resposta direta, e disse que não será possível fazer muita coisa até junho. É com esse prazo que o Facebook trabalha para liberar uma ferramenta de transparência de anúncios.

A plataforma afirma que, com ela, será possível ver todos os anúncios na plataforma. No entanto, não é bem isso que a nova solução deverá oferecer.

Um comunicado divulgado pelo Facebook aponta para um recurso batizado de “View Ads”. Ele permitirá que os usuários visitem uma página e vejam quais anúncios foram publicados por ela, mesmo que não tenham aparecido em seu feed de notícias.

Portanto, antes de checar os anúncios, será necessário conhecer a página. No caso de Martin Lewis, a funcionalidade não teria muita serventia, já que boa parte dos anúncios com seu rosto era de páginas ainda desconhecidas para ele.

Reconhecimento facial

Para resolver o problema, os parlamentares levantaram a possibilidade do uso de reconhecimento facial. A solução seria usada para que as pessoas dessem o consentimento e aparecerem em um determinado anúncio.

A alternativa foi considerada viável por alguns dos presentes, visto que o Facebook já desenvolveu algo nesse sentido. No entanto, Schroepfer disse que a aplicação seria bem complicada em um cenário de larga escala.

“Se você está analisando um grande grupo de pessoas, é grande a chance de você ter um falso positivo – quando duas pessoas tendem a ser parecidas – e você não será capaz de tomar decisões automatizadas”, disse.

Independente das saídas, o Facebook mostra que o escândalo envolvendo a Cambridge Analytica é apenas um de muitos problemas que não deverão ser solucionados tão facilmente. No entanto, a empresa entende que se as dificuldades forem superadas, o cenário se tornará muito positivo nos próximos anos.

“Se tivermos sucesso este ano, terminaremos 2018 em uma trajetória muito melhor”, analisou Schroepfer em seu depoimento.

Com informações: TechCrunch.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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