Apple vs Epic: Fortnite não voltará ao iOS até veredito final na Justiça

O CEO da Epic Games, Tim Sweeney, está acusando a Apple de traição e prática de monopólio por não liberar Fortnite na App Store

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses

A guerra judicial travada entre a Apple e a Epic Games está longe de acabar. Neste novo capítulo, a discussão é sobre Fortnite, que deve continuar banido da App Store do iOS até o veredito final na Justiça — que pode demorar até cinco anos para acontecer. É o que dizem os e-mails compartilhados pelo CEO da Epic, Tim Sweeney, no Twitter, nesta quarta-feira (22).

De acordo com Sweeney, a Apple tinha prometido habilitar Fortnite na App Store, caso a desenvolvedora respeitasse as regras da loja. Como a maçã foi obrigada a permitir pagamentos externos na plataforma, o CEO da Epic aproveitou para pedir que o Battle Royale fosse liberado novamente — afinal, o principal motivo para o atrito entre as empresas havia sido eliminado.

No entanto, a Apple respondeu à solicitação dizendo que não pretendia mais reativar Fortnite, nem outros aplicativos da empresa, pois a Epic havia “cometido uma quebra intencional de contrato e de confiança, escondendo códigos e fazendo declarações falsas e omissas”.

Além disso, a Apple usou como argumento a última decisão da juíza Yvonne Gonzalez Rogers — responsável pelo caso no Tribunal da Califórnia — para justificar o bloqueio de Fortnite.

“(…) o tribunal reconheceu que ‘a Apple tinha direitos contratuais para agir como agiu. Ela meramente reforçou esses direitos, conforme os próprios documentos internos [da Epic] mostravam que a Epic Games esperava por isso’”.

Mark Perry, Gerente de Desenvolvimento de Negócios.

Outro ponto levantado foi a falta de confiança nas palavras de Sweeney. De acordo com a Apple, o CEO da Epic Games comentou diversas vezes nas audiências que não iria desistir de incluir métodos de pagamento alternativos em Fortnite só para ter o jogo de volta na App Store. Por esse motivo, a maçã decidiu manter o Battle Royale banido e disse que não iria mais considerar qualquer outro pedido.

O CEO da Epic acusou a Apple de traição e monopólio

Em resposta, Sweeney ficou revoltado e foi ao Twitter acusar novamente a Apple de praticar monopólio, além de traição. De acordo com o CEO, a dona da App Store estaria sendo injusta e anticompetitiva, já que a Epic tinha até pago a multa de US$ 6 milhões (cerca de R$ 31,7 milhões) exigida pelo Tribunal, referente ao tempo que Fortnite lucrou com métodos alternativos de pagamento.

“A Apple mentiu. A Apple passou um ano dizendo ao mundo, ao tribunal e à imprensa que ‘acolheria com agrado o retorno da Epic à App Store, se a empresa concordasse em seguir as mesmas regras que todo mundo’. A Epic concordou, e agora a Apple mais uma vez abusou de seu poder de monopólio sobre um bilhão de usuários”.

Tim Sweeney, CEO da Epic Games.

O futuro de Fortnite no iOS ainda é incerto. Se depender de Sweeney, a Epic Games vai continuar lutando até conseguir colocar o Battle Royale na App Store novamente. Enquanto isso, a Apple parece não sentir falta da receita gerada pelo jogo.

Com informações: The Verge.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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