Para o consumidor comum, hardware do smartphone se tornou muito importante

Em primeiro lugar, é o preço, mas o processador se tornou um dos fatores decisivos para comprar smartphones

Giovana Penatti
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• Atualizado há 1 semana

Ontem fui conhecer o novo escritório da Qualcomm em São Paulo e, além de mostrar as novas acomodações da empresa, também foram apresentados alguns planos dela para o futuro no Brasil (dos quais falaremos logo menos por aqui) e o resultado de uma pesquisa que achamos bem interessante aqui no Tecnoblog.

A pesquisa foi feita em setembro deste ano e revela alguns hábitos de consumo na hora de comprar smartphones, tanto por pessoas que já têm esses tipos de aparelhos (“owners”) quanto pelos que pretendem migrar dos feature phones para eles (“intenders”).

Três pontos em especial chamaram nossa atenção: as fontes de pesquisa de aparelhos, as características que mais importam e os locais de compra.

Segundo a pesquisa, a procura por um novo smartphone começa, na maioria das vezes, nos sites de compras, mas não se conclui neles: as lojas físicas de eletrônicos são preferência de 73%, possivelmente por causa da facilidade de tirar dúvidas com vendedores, por serem mais confiáveis que e-commerces (segundo as pessoas que responderam à pesquisa) e pela compra ser mais rápida, isto é, não ser necessário esperar alguns dias até o produto chegar.

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A opinião pessoal na internet, seja em sites, blogs ou fóruns, fica em quinto lugar, atrás de sites oficiais dos fabricantes, sites de comparação de preços e sites de busca em geral. Isso é um indicativo de que o preço permanece um dos pontos primordiais para adquirir um smartphone no Brasil.

Os high-end, que atualmente custam mais de R$ 2 mil, têm intenção de compra bem pequena e se reafirmam, desta forma, como aparelhos de nicho, enquanto os que ficam entre R$ 300 e R$ 500 são preferidos pelos intenders e os que vão até R$ 900 são aceitáveis para boa parte dos owners. Um indicativo dessa faixa de preço é a forma de pagamento pretendida: à vista é preferência entre os jovens de classes C e D.

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Na hora de tomar a decisão pelo aparelho, o que importa de verdade é a opinião pessoal, que massacra a influência de amigos, da família ou de sites especializados. Aqui, nota-se uma interessante troca na ordem de relevância entre quem não tem um smartphone e quem já tem: no primeiro grupo, blogs especializados ficam em terceiro lugar, atrás da opinião da família e de amigos; no segundo, ficam em segundo e a opinião da família some para dar lugar à de outros usuários. Mas, em ambos os casos, o primeiro lugar é, depois de si mesmo, a opinião de amigos.

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Por fim, nos critérios de escolha de um aparelho, o processador surge como um dos decisivos, apesar de ainda não ser o principal. Este ainda é o preço, seguido pela marca e sistema operacional e, por último, a velocidade da CPU. Aí, são levados três pontos em consideração: a velocidade de performance em aplicativos, o desempenho da conexão de dados e o consumo de bateria.

No entanto, ainda que o hardware esteja ganhando espaço na lista de preferências, não é de uma forma “especializada”. Enquanto 90% das pessoas consideram o processador importante, 86% afirmam não saber qual é o que está em seus aparelhos.

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Um dado bem curioso comentado no encontro é que, apesar de 60%  dos celulares vendidos no Brasil sejam smartphones, cerca de um terço desses usuários não têm conexão de dados. Ou seja, só utilizam a internet quando encontram um ponto de Wi-Fi. O presidente da América Latina, Rafael Steinhauser, inclusive comentou sobre um projeto que está sendo desenvolvido com o governo brasileiro para melhorar o acesso móvel à internet e deve ser implantado em breve, mas este é assunto para outro post.

Claro que é preciso observar os resultados dessa pesquisa com algumas ressalvas. O público entrevistado não é tão especializado – ou, como o Mobilon gosta de dizer, geek 😉 – quanto o nosso (e o seu) círculo de amizades e nossos leitores, então os resultados provavelmente seriam diferentes se este fosse o foco. Ainda assim, é legal para dar uma ideia geral de como anda o mercado de smartphones por aqui além do que vemos no dia a dia.

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Ex-editora

Giovana Penatti é jornalista formada pela Unesp e foi editora no Tecnoblog entre 2013 e 2014. Escreveu sobre inovação, produtos, crowdfunding e cobriu eventos nacionais e internacionais. Em 2009, foi vencedora do prêmio Rumos do Jornalismo Cultural, do Itaú. É especialista em marketing de conteúdo e comunicação corporativa.

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