Criador do JavaScript, Brendan Eich é o novo CEO da Mozilla
Depois de ficar quase um ano sem um líder interino, a Mozilla finalmente anunciou seu novo CEO: Brendan Eich assumiu o cargo nesta segunda-feira (24). Talvez você nunca tenha ouvido este nome, mas estamos falando de ninguém menos que o criador do JavaScript. Mas, para a sua chegada ao posto, provavelmente tenha pesado mais o fato de Eich ser também um dos fundadores da própria Mozilla.
O histórico do executivo certamente o torna bastante qualificado para o cargo: Eich conduziu o desenvolvimento do JavaScript quando trabalhava na Netscape e, como consequência, viu de perto o declínio do navegador que leva este nome, assim como a ascensão do Firefox graças à fundação que ajudou a criar.
Mas, embora tenha ampla experiência com navegadores, Brendan Eich assumiu a liderança da Mozilla tendo como principais missões elevar a presença do Firefox OS no segmento móvel e encontrar novas fontes de receita – a Mozilla é uma organização sem fins lucrativos, mas precisa de dinheiro para bancar seus colaboradores e financiar o desenvolvimento de seus produtos.
Hoje, o dinheiro entra nos cofres da Mozilla graças, principalmente, a um acordo que a organização mantém com o Google para o buscador deste ser padrão no Firefox. O problema é que esta parceria vence no final de 2014. A julgar pelos últimos anos, parece não haver resistência alguma do Google na renovação do contrato, mas não é de hoje que Mozilla pensa em diminuir a dependência deste acordo.
Em entrevista à CNET, Eich deixou claro, no entanto, que a prioridade é mesmo o Firefox OS. Como vinha atuando como CTO da Mozilla desde 2005, o executivo conhece de perto os pormenores da plataforma. Segundo suas palavras, o objetivo principal é marcar forte presença no segmento de celulares de entrada para atrair mais desenvolvedores e, consequentemente, amadurecer o sistema, o que poderá inclusive fazê-lo cobrir dispositivos mais sofisticados.
A Mozilla tem lá seus problemas, mas não está passando por uma crise. Mesmo assim, tem gente que ficará bem atenta à administração de Brendan Eich: em 2012, o executivo foi considerado homofóbico por muitas pessoas depois de fazer uma doação de US$ 1.000 à “Prop 8”, iniciativa da Califórnia, nos Estados Unidos, contrária ao casamento entre homossexuais; há quem defenda que alguém com esta suposta postura não deva liderar uma organização com filosofias tão abertas.