Primeiro sufixo de internet exclusivo no Brasil tem dono: a Globo

Grupo de comunicação vai concentrar conteúdos no .globo

Thássius Veloso
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• Atualizado há 2 semanas

O ICANN continua com o processo de delegar/vender terminações de domínio diferentes dos tradicionais .com, .org e .net, entre outros. As Organizações Globo se tornaram, nesta semana, a primeira companhia do país a garantir uma terminação exclusiva para sua presença na internet. Quando as mudanças entrarem em vigor, os sites do grupo de comunicação poderão operar com o sufixo .globo.

Globo estreou nova marca em abril deste ano
Globo estreou nova marca em abril deste ano

A intenção da empresa é de reforçar a presença de seus produtos online por meio de um endereço único e exclusivo. No futuro, por exemplo, o portal de notícias G1 poderá ser acessado pelo , em vez do endereço atual, o https://g1.globo.com/. No documento enviado ao ICANN solicitando o gTLD (nome técnico da terminação de domínio), a Globo informou que pretende “concentrar todos os conteúdos [do grupo]. No primeiro momento, o foco será a TV Globo e a Globo.com, mas no médio prazo todos os conteúdos da marca estarão sob o domínio .globo”.

Por decisão das Organizações Globo, o sufixo .globo será exclusivo. Outras pessoas não terão a possibilidade de registrar endereços com a terminação. Mesmo que os donos do lendário biscoito carioca Globo quisessem, não teriam como cadastrar o .

A estrategia do grupo faz sentido, já que a marca é reconhecida nos quatro cantos deste país. O foco inicial será na TV e no portal, mas pode esperar que os demais produtos da empresa – jornais, revistas, canais de televisão a cabo, rádios, sites – sejam todos transferidos para o guarda-chuva do .globo. Ao centralizar tudo em um só sufixo, eles também garantem mais segurança aos internautas, já que cybercriminosos não terão como enganar as pessoas com páginas falsas que fingem ter um domínio oficial da Globo.

Só falta saber onde ficará a homepage da Globo.com. Eles precisam decidir o que colocar antes do sufixo. Fico imaginando se vão optar por algo óbvio, como , ou mais criativo. Sei lá, talvez ou ainda .

O ICANN, autoridade máxima para nomes de domínio, abriu em 2011 o processo para cadastrar novos sufixos de internet. Mais de cem foram liberados até agora. É preciso ter uma boa grana para entrar na seleta lista de organizações/empresas detentoras de gTLDs. O custo inicial para submeter um pedido – portanto, valor pago pelas Organizações Globo – foi fixado em 185 mil dólares. Dá quase 410 mil reais, pelo câmbio desta quinta-feira (8). Além disso, a empresa responsável deverá arcar com os custos de manter infra-estrutura para que o sufixo permaneça no ar, o que certamente adiciona algumas dezenas de milhares de dólares anuais às contas.

A Globo não é a única com o objetivo de se destacar por meio de um sufixo exclusivo. A lista de empresas e organizações brasileiras que apresentaram propostas ao ICANN inclui: Bradesco, Natura, UOL, Vivo e NIC.br. A cidade do Rio de Janeiro também está atrás do .rio (merecidíssimo).

Também há polêmica a respeito de alguns gTLDs. O ICANN respondeu ao Google que não permitiria endereços sem ponto. O buscador tentava uma forma de conseguir o endereço https://search (isso me lembra daquelas palavras-chaves que a AOL usava em seu famigerado navegador proprietário. Alguém mais lembra disso?). Países como Brasil e Peru também foram ao órgão para reclamar do .amazon. Claro que a varejista Amazon quer o endereço, mas o nome também corresponde a uma região da América do Sul (justamente de onde veio a inspiração para o nome da loja).

A lista completa de sufixos liberados pelo ICANN está nesta página.

Com informações: G1 e Olhar Digital.

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Thássius Veloso

Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

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