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O Gmail está praticamente inacessível na China continental. Ativistas sugerem que se trata de uma nova intervenção do governo chinês através do seu grande firewall para expulsar a empresa do país. Os relatórios de transparência do próprio Google mostram que o tráfego começou a cair na China na tarde do Natal e chegou a zero antes do começo da tarde do dia 26.

As autoridades chinesas bloquearam vários serviços do Google um pouco antes do 25º aniversário da repressão da Praça de Tiananmen em junho deste ano. Desde então, o Gmail estava acessível na China continental apenas por meio de protocolos de email, incluindo IMAP e POP3, que permitem acessar o serviço utilizando aplicativos como o Outlook ou o Mail, no iPhone. A nova fase do bloqueio efetivamente remove os últimos meios de acesso ao Gmail através do Grande Firewall da China sem recorrer a uma rede privada virtual.

Um membro anônimo do GreatFire.org, grupo que defende a liberdade de expressão, suspeita que com essa ação o governo chinês visa também enfraquecer o uso do Gmail fora da China: “Imagina se os usuários do Gmail não puderem entrar em contato com clientes chineses. Muitas pessoas de fora da China podem ser forçadas a abandonar o Gmail”, disse.

De Cingapura, um porta-voz do Google disse que o problema não é com a empresa. Do outro lado, Hua Chuying, representante do Ministério de Relações Exteriores da China, disse que não sabe nada sobre a queda do Gmail e garante que vão “proporcionar um ambiente aberto, transparente e bom para as empresas estrangeiras na China.”

Este é mais um episódio da batalha que a ditadura chinesa vem travando contra o Google e a liberdade na internet. Em 2011, hackers atacaram servidores da empresa para tentar acessar contas de alguns ativistas políticos da oposição. No mesmo ano, um vazamento do WikiLeaks confirmou que a responsabilidade do ataque era do regime chinês.

Com informações: Reuters

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Júlio Câmara

Júlio Câmara

Comecei a blogar em 2008 escrevendo sobre tecnologia. No mesmo ano meu blog foi indicado como um dos "80 blogs que você não pode perder" pela revista Época. Hoje, com 21 anos, estudo jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e me dedico à editoria de tecnologia.

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