Satya Nadella

A Cyanogen ganhou destaque recentemente ao revelar o plano de criar um Android independente do Google. Para manter este e todos os seus demais projetos, a empresa está recebendo investimentos que, somados, chegam a US$ 70 milhões. A surpresa é que parte deste dinheiro pode estar vindo da Microsoft.

É o que aponta uma matéria publicada pelo Wall Street Journal. A fonte ouvida pelo veículo não revelou quanto do total cabe à Microsoft, mas disse que a companhia pretende figurar como um investidor minoritário.

Com o valor repassado sendo baixo ou não, o assunto causa estranheza: se a Microsoft já tem o Windows Phone e caminha para o Windows 10, qual o sentido de investir em uma plataforma rival (mesmo que se trate de um fork)?

Uma das estratégias de Kirt McMaster, CEO da Cyanogen, para conseguir capital que financie o desenvolvimento do Android “independente” é a criação de parcerias. A Microsoft é um destes casos, supostamente, mas não para provocar o Google ou assumir o controle do projeto.

Ao disponibilizar o Android, o Google promove seus aplicativos, alguns enraizados no sistema de uma forma que nenhum outro desenvolvedor tem acesso. É o caso do Google Now.

Esta política dificuldade o avanço de serviços rivais na plataforma. Ao apoiar uma variação livre do Google (tanto quanto possível), a Microsoft pode acabar encontrando mais espaço para promover ali o Bing e outros serviços.

Cyanogen

O foco na Cyanogen se deve, provavelmente, às suas chances de amplo crescimento. De acordo com McMaster, o CyanogenMod já atingiu 50 milhões de usuários. As parcerias que estão sendo firmadas com fabricantes – especialmente asiáticas – para a instalação de fábrica do sistema em smartphones pode deixar este número muito maior.

Microsoft e Cyanogen não quiseram comentar o assunto, mas terão bastante tempo para fazê-lo, afinal, o CyanogenMod sem vínculo com o Google deve demorar pelo menos três anos para surgir.

Na fase atual, o mais importante é a obtenção de capital, missão que vem dando certo, aparentemente: além dos US$ 70 milhões, a Cyanogen espera receber aportes generosos de investidores de risco nos próximos meses.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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