Serviços de streaming de música superam vendas por download no Brasil

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
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Os serviços de streaming de música estão fazendo bastante sucesso no Brasil: com 51% do faturamento das vendas digitais, eles superaram as lojas de downloads de músicas, como a iTunes Store. Os números foram divulgados pela Folha de S.Paulo, com base em informações fornecidas pelo setor fonográfico.

Segundo os dados, os serviços de streaming de música estão tomando aos poucos o espaço anteriormente ocupado pelas vendas físicas e digitais no mundo. Mas, no Brasil, o crescimento é ainda maior: por aqui, empresas como Spotify, Deezer e Rdio conseguiram um aumento de 53,6% no faturamento em 2014 — mais que no resto do mundo, onde o crescimento foi de 39%.

Apesar do crescimento do streaming, as vendas de CDs, DVDs e vinis ainda estão na frente no país: as mídias físicas representaram 40,6% dos R$ 581,7 milhões obtidos com a comercialização de músicas no Brasil em 2014, contra 37,5% das vendas digitais. No mundo, você deve ter lido a notícia de que as vendas físicas se igualaram às digitais pela primeira vez na história, com 46% do mercado cada.

Eu gosto muito desses serviços, mas…

Embora os serviços de streaming sejam atraentes para os usuários, que podem ouvir milhões de músicas por uma assinatura mensal fixa, eles ainda não são muito bem vistos pelos artistas — caso de Taylor Swift, que retirou do Spotify todas as suas músicas, alegando que o serviço dava pouco retorno. Atualmente, o Spotify paga aos artistas entre US$ 0,006 e US$ 0,0084 por execução.

As gravadoras também não estão muito felizes. A Universal Music está pressionando o Spotify para limitar ainda mais as contas gratuitas, que representam 45 milhões do universo de 60 milhões de usuários do serviço. O motivo é que os usuários gratuitos, embora sejam maioria, geram bem menos receita para as gravadoras (US$ 295 milhões, contra US$ 800 milhões dos pagantes).

Já o Spotify diz que, caso as contas gratuitas sejam mais limitadas, menos usuários sentirão vontade de migrar para as contas pagas: em vez disso, eles provavelmente recorreriam à pirataria.

Aparentemente, está difícil chegar a um modelo que agrade a todos. Mas, talvez, os US$ 295 milhões das contas gratuitas do Spotify sejam um pouco melhores que os US$ 0 obtidos com os downloads por torrent.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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