Por dentro do Hello, nova rede social do criador do Orkut
Testamos a rede social, que parece uma mistura de Instagram com Pinterest
Testamos a rede social, que parece uma mistura de Instagram com Pinterest
Como você já deve estar sabendo, o engenheiro de software Orkut Buyukkokten, mais conhecido pelos brasileiros por ter criado o Orkut, está de volta com uma nova rede social, chamada Hello.
E como o serviço já está disponível aqui nos Estados Unidos, nada melhor do que testar a plataforma e trazer para vocês as primeiras impressões, certo?
A primeira coisa que se nota ao utilizar o Hello é que sua interface lembra muito o antigo aplicativo do Instagram, incluindo o limite de imagens quadradas, o que me soa bem ultrapassado. Os posts, que aqui são chamados de jots, podem ser feitos com imagens com texto ou apenas texto.
E a usabilidade desse processo é bem simples:
Em caso de dúvida, um guia te ajuda a entender passo a passo o que dá para fazer com o Hello:
Comecemos pelas personas, que são perfis que definem traços de personalidade que todos nós temos.
E são essas personas que vão definir quais áreas de interesse e posts vão aparecer quando as pessoas acessarem seu perfil, dentre as cinco que você escolher. Por exemplo, na minha conta eu escolhi Gamer, Geek, Fotógrafo, Fã de Futebol e Fã de Tecnologia:
Você pode publicar conteúdo focado em outras personas, que também vão aparecer na sua timeline se você assim quiser, mas esses posts não vão ficar em destaque nessas cinco áreas do perfil, só na linha de tempo geral.
O Hello também trabalha com outra metodologia de classificação da nossa personalidade, que eles chamaram de Hello Class. Como a imagem abaixo evidencia, trata-se de um novo “zodíaco”, ou seu espírito animal, ou a identidade da sua personalidade. Seja lá o que tudo isso signifique. Eu imagino como foi a reunião dos criadores para elaborar essa definição. Deve ter sido engraçado.
Mas voltando: para descobrir qual é sua Hello Class, você precisa responder a um questionário com 60 questões que lembram e muito testes vocacionais ou psicotécnicos. Dá uma olhada:
Ok, então eu sou um Capitão. Hail Hydra. Não, pera…
Curioso que não consegui encontrar nenhuma classe cuja descrição seja minimamente depreciativa. Todo mundo é legal e cheio de qualidades, veja você.
A mensagem de requisição de amizade do Hello é um tanto quanto curiosa. Primeiramente, porque o aplicativo nasceu do preceito do amor e da beleza da conexão entre as pessoas, como Orkut disse em sua carta.
Mas dá uma olhada no aviso abaixo:
“Seus amigos importam. Porque você é RESPONSÁVEL pelas ações deles, não só as suas. Aceite somente pedidos de amizade de pessoas que você realmente conhece e confia.”
Ô seu Orkut, que papo é esse de que eu sou responsável pelas ações dos outros? Tá maluco? Bom, por via das dúvidas eu recusei esse pedido do Cody. Sorry bro…
A interação com seus contatos é a trivial. Não tem joinha do curtir, mas tem coração para interagir com os posts e área de comentários. Assim como no Facebook, todo post que você comentar irá gerar futuras notificações e isso incomoda bastante. Eu deveria optar por receber esse tipo de coisa, não o contrário.
Existe também um comunicador para mensagens entre os amigos, onde vocês podem conversar, além de mandar expressões e “presentes”.
E se você não tiver moedas suficientes para comprar presentes para seus amigos, claro que o aplicativo possui uma vendinha de moedas virtuais que você compra com dinheirinho de verdade. Dá até para comprar um caminhão de moedas!
Além desse recurso de monetização que promete ser o pesadelo de papais e mamães desavisados, o Hello também conta com recursos de gamificação. Ou seja, você precisa avançar níveis e atingir objetivos para poder ter acesso a novos presentes, receber mais moedas e enviar novas expressões.
Apesar de estar sendo bancado por uma lista de investidores que inclui o Google, o nome da gigante não aparece em nenhuma parte do aplicativo, o que me parece prudente quando a gente lembra do Wave e do Google+.
Todavia, o serviço me parece ter nascido numa sinuca de bico, num catch-22: devido à forma como seus algoritmos trabalham para levantar os possíveis novos contatos, que é o recurso com maior potencial da ferramenta, o Hello só virá a ser de fato uma plataforma atraente quando tiver muitos usuários. Mas, para ter muitos usuários, ela primeiro precisa ser atraente.
Juntemos a isso todas essas limitações, expressões cafonas e exigência de moedas e temos um pacote de empecilhos bem incômodos. Resta saber se isso vai ou não atrapalhar o sucesso do Hello. Só o tempo dirá.
Leia | Como colocar "blog pessoal" ou outros rótulos no perfil do Instagram