É assim que a IBM quer reduzir a poluição do ar em Pequim
Capital chinesa tem nível de poluição do ar cerca de 20 vezes maior que o recomendado pela OMS
Depois do Google tomar iniciativa para melhorar a qualidade do ar em São Francisco, chegou a vez da IBM desenvolver a sua própria solução para a capital chinesa. Pequim é uma das cidades com a qualidade do ar mais prejudicada principalmente devido à queima de carvão pelas indústrias; seu nível de poluição chega a ser 20 vezes (!) maior que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma ajuda viria bem a calhar.
O objetivo da IBM é desenvolver um sistema que usa a inteligência artificial para prever com antecedência e alta precisão a qualidade do ar: o protótipo trabalha com uma previsão de 72 horas antes do ocorrido, mas Xiaowei Shen, diretor de pesquisas da IBM na China, pretende expandir a capacidade da previsão para situações de médio a longo-termo, podendo chegar a anteceder as estatísticas em até dez dias.
Esse sistema com inteligência artificial, batizado de Green Horizon, será colocado em diferente partes da cidade e pretende calcular essas previsões comparando grandes quantidades de dados providos de diferentes modelos; um deles é o do Gabinete de Proteção Ambiental de Pequim (BJEPB, na sigla em inglês).
Quanto mais esses modelos são combinados, mais inteligente fica o Green Horizon, capaz de enxergar em uma resolução espacial de até um quilômetro. Dessa forma, ele consegue produzir previsões climáticas de uma forma 30% mais precisa que os modelos convencionais.
Ao espalhar o Green Horizon por diferentes pontos da cidade, a IBM pode eventualmente recomendar medidas adequadas para reduzir a poluição do ar em diferentes áreas, como reduzir o número de fábricas naquele local ou criar uma espécie de rodízio para os carros. O governo chinês, desde janeiro deste ano, prometeu tomar medidas parecidas, como proibir a construção de novas refinarias de petróleo e de usinas termelétricas.
Um estudo conduzido em 360 cidades chinesas em abril pelo Greenpeace do Leste Asiático aponta que 351 cidades (cerca de 97%) têm a qualidade do ar prejudicada, de acordo com os padrões estabelecidos pelo próprio governo chinês. Embora no último ano os índices tenham melhorado, a média de partículas poluentes do ar nas cidades analisadas é de 2,5 vezes o recomendado pela China. A meta do governo é melhorar a qualidade do ar em pelo menos 10% até 2017.
Com informações: MIT Technology Review.