Prévia do Google+: o serviço que pretende chutar a bunda do Facebook

Rafael Silva
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• Atualizado há 1 semana

Na tarde dessa quarta-feira o Google escancarou as portas de convites para Google+ por um breve período de tempo para que uma pá de gente conseguisse convidar outra. Fui um dos sortudos e passei a manhã de hoje brincando no novo serviço, que demonstrou ter funcionalidades interessantes no seu lançamento. Mas para ter uma percepção melhor de como ele funciona não basta ver vídeos ou ler descrições. É preciso acessar e fuçar o máximo possível.

Portanto, eis aqui as minhas primeiras impressões sobre a mais nova rede social do Google.

O design é bem parecido com o do Facebook. A página inicial, chamada de Stream, conta com duas barras laterais: a da esquerda com informações sobre o perfil do usuário e a da direita com sugestões de amigos e botões com funcionalidades diferentes. No meio fica o chamado Stream, que funciona como a timeline do Twitter, mostrando os últimos posts dos seus amigos.

Circles, Huddles, Sparks e.. Hangouts?

Os círculos servem para separar por grupos as pessoas que você adiciona, os seus “círculos de amigos” por assim dizer. É algo bem parecido com o que já existe no Orkut, no Facebook e em outras redes sociais que usam grupos. O Google inovou criando uma página com animações, só isso. Você arrasta a pessoa para dentro dos círculos e automaticamente ela é adicionada a ele.

A partir desse agrupamento você pode mandar mensagens específicas para um grupo, chamar um grupo específico para um bate-papo em vídeo ou também ver apenas as atualizações daquele grupo de pessoas.

Já os Huddles são uma espécie de conversa em grupo e rápida, específica para o aplicativo do Google+ para Android (e futuramente para iOS e outras plataformas). Eu entro em detalhes mais a frente, mas é bem possível que isso migre para a versão web no futuro. Por enquanto, a única função de bate-papo no Google+ está na mesma integração integração do Google Chat que você vê no Gmail, na coluna à esquerda.

Os Sparks, que são seus interesses, servem para mostrar notícias e outros itens relacionados ao que você procura. A partir dele você compartilha algum link no seu perfil. Não há muita utilidade nele.

Já o chamado Hangout é uma funcionalidade que ameaça certos programas de VoIP que fazem da videoconferência em grupo algo cobrado (cof cof, Skype, cof cof). Depois da instalação de um plugin, é possível chamar seus amigos para uma conversa em grupo e por meio dessa janela pode-se mostrar um vídeo do YouTube ao mesmo tempo para todos.

Google+ em qualquer lugar

Com a nova barra superior é possível compartilhar literalmente qualquer conteúdo direto de qualquer produto Google que tenha aquela nova barra preta. Com um clique no espaço em branco escrito Share, uma barra maior se abre e o espaço para escrever textos aparece, além dos devidos botões para envio de links, fotos, vídeos do YouTube e etc.

Aliado a isso, a barra também mostra um contador de notificações, que representa a quantidade de ações realizadas na rede que envolvem o seu perfil. Podem ser avisos de novos amigos, novos posts com o seu nome marcado, republicação de posts seus, adição em círculos e sabe-se lá mais o quê. Essa parte específica da barra tem potencial para tirar a produtividade de muita gente.

Google+ para Android

Logo no seu lançamento, o Google disponibilizou um aplicativo do Google+ no Android que permite o acesso a certas funcionalidades da rede. É possível ver o stream e mandar posts para certos círculos selecionados. Ele também permite fazer check-in por meio de uma integração com o Google Latitude direto no Google+, algo que deve servir para concorrer com o Facebook Places.

Junto com ele vem também uma widget que pode ser encaixada em qualquer das telas do Android e dá acesso rápido às opções de tirar foto, “compartilhar seus pensamentos” ou abrir o aplicativo e ver o que seus amigos estão fazendo.

É por aqui também que o Huddles funciona. Ao instalar o aplicativo, ele cria um ícone separado específico para o Huddles, que ao ser aberto permite escolher um círculo específico para o bate-papo. O único problema é que por enquanto ele não parece estar funcionando.

Google+ e a sua privacidade

Um ponto em que o Facebook e o Google pecaram em seus respectivos serviços no passado foi na privacidade. Mas parece que dessa vez o Google aprendeu a lição. Tanto na versão web como no aplicativo para Android a empresa encheu de avisos sobre compartilhamento de informações e fotos, desde o login até os primeiros usos de cada funcionalidade, deixando bem claro o que seria público e o que ficaria privado.

Ela só vai deixar a desejar um pouco para quem for paranoico por privacidade e não quiser compartilhar nada publicamente. Não existe uma opção de deixar o perfil privado de uma só vez, é preciso tirar tudo da opção “público”, item por item. Mas ao menos está tudo bem claro e simples. Por enquanto.

Esse aspecto também é bem representado no aplicativo para Android. Ao compartilhar algo com a geolocalização ativada, o aplicativo do Google+ pede permissão e também avisa antes de publicar se a já tiver algum lugar salvo nas configurações.

Só fiquei com o pé atrás com uma funcionalidade específica, do aplicativo para Android. O chamado Instant Upload está marcado para enviar por padrão qualquer foto nova que eu tirar com meu celular. Quando a foto é enviada para o perfil no Google+, ela fica por padrão no modo privado, então ninguém pode vê-la. Mas ainda assim achei um pouco intrusivo o envio de fotos sem me perguntar.

Google+: Conclusão

O Google+ é uma rede social que implementa várias coisas que o Facebook já oferece, mas de uma maneira nova. Não sei se isso é o bastante para conseguir angariar tantos usuários quanto a rede de Mark Zuckerberg já fez, mas não quer dizer que o Google não vai tentar. O Hangout e a integração com o aplicativo para Android são os dois destaques da rede social por enquanto.

Por se tratar apenas de um projeto de site (o Google sequer chama de beta), ele ainda tem muito a ser melhorado ao longo dos meses antes de estar disponível publicamente e servir para concorrer diretamente com o Facebook. E para isso, os usuários precisam colaborar e usar a rede, portanto fique sempre ligado nos avisos de disponibilidade de convite para a rede social.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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