Google vai instalar cabo submarino de 13 Tb/s entre São Paulo e Rio de Janeiro

Batizada de Júnior, estrutura de fibra ótica ficará pronta até o final de 2017

Jean Prado
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• Atualizado há 1 semana

O Google anunciou nesta quinta-feira (17) a construção de um cabo submarino ligando a Praia da Macumba, no Rio de Janeiro, à Praia Grande, que fica na Baixada Santista. Com o projeto, os estados de SP e RJ serão conectados por uma rede de fibra ótica de alta velocidade, sendo este o terceiro cabo submerso construído no Brasil.

A estrutura é batizada de Júnior, em homenagem ao pintor e desenhista brasileiro José Ferraz de Almeida Júnior, precursor do regionalismo na arte brasileira do século XIX. Serão construídos 390 quilômetros de fibra óptica, com a finalização do projeto prevista para o segundo semestre de 2017.

A velocidade esperada é de 13 Tb/s e servirá para transmitir apenas os dados da empresa, sem a opção de venda da capacidade para terceiros. “Temos um tráfego muito grande no Google, por isso precisamos construir cabos para transportar todo este conteúdo”, diz Cristian Ramos, gerente de parcerias de desenvolvimento de infraestrutura de internet para a América Latina.

É esperado que, ligando os dois estados e transferindo dados da empresa, o cabo reduzirá o tráfego nas estruturas já existentes no Brasil, que são consideradas limitadas. Por exemplo, o Atlantis 2, que liga a Europa ao Brasil, tem apenas 20 Gb/s e é insuficiente para manter o tráfego entre dois continentes.

A implementação será feita em parceria com a Padtec, empresa com sede em Campinas (SP) e que forneceu a infraestrutura de todas as edições da Campus Party. Seus cabos interligam as seis cidades que foram sedes da Copa das Confederações e incluem outras seis da Copa do Mundo. Ela também participa de outros projetos, como o Amazônia Conectada, que implanta cabos no leito de rios.

fibra-optica

Em comunicado, a Padtec e o Google informaram que a construção veio da demanda brasileira por soluções digitais rápidas e confiáveis. “Acima de tudo, estamos felizes por se tratar de uma solução desenvolvida com tecnologia nacional, elevando a qualidade da engenharia brasileira a níveis similares ao que há de mais avançado no mercado mundial”, afirma Manuel Andrade, CEO da Padtec.

Isso mesmo: o cabo será feito inteiramente com tecnologia nacional. No post do blog do Google, eles disseram que a crise econômica não afetou o consumo de dados brasileiro.

O orçamento do projeto não foi divulgado. No entanto, outras construções da empresa, como o cabo Monet, precisaram de um investimento de US$ 400 milhões em 2014. A diferença é que essa solução tem 10 mil quilômetros de extensão e ligou a cidade de Boca Raton, no estado americano da Flórida, a duas importantes cidades no litoral brasileiro, Fortaleza e Santos. A velocidade prevista é de 64 Tb/s e o projeto ficará pronto no final do ano.

Outro cabo do Google, anunciado em novembro do ano passado, se chama Tannat. Ele liga a cidade de Santos até Maldonado, no Uruguai, com extensão de 2 mil quilômetros, fortalecendo a estrutura de rede brasileira com velocidade de 90 Tb/s, por meio de 6 pares de fibra. Assim como o Júnior, o Tannat ficará pronto até o final de 2017.

Com informações: Reuters, Gizmodo Brasil.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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