Facebook restringe sistema após permitir anúncios direcionados a antissemitas

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
Facebook

O Facebook se envolveu em uma polêmica com seu sistema de anúncios. Uma investigação da ProPublica, organização jornalística sem fins lucrativos dos Estados Unidos, mostrou que a rede social permitia a criação de propagandas direcionadas para pessoas que expressavam interesse em assuntos como “odiadores de judeus” e “como queimar judeus”.

Obviamente, nenhum funcionário do Facebook criou manualmente essas categorias — elas eram listadas porque quase 2,3 mil usuários preencheram tais frases como “campos de estudo” em seus perfis. Ainda assim, a ProPublica conseguiu testar o direcionamento antissemita com sucesso: os jornalistas pagaram US$ 30 para criar posts patrocinados, e o Facebook aprovou os três anúncios em 15 minutos.

Os resultados da campanha publicitária da ProPublica, enviados pelo Facebook alguns dias depois, mostram que as publicações atingiram 5.897 pessoas, gerando 101 cliques e 13 engajamentos (ou seja, curtidas, compartilhamentos e comentários).

Os interesses em temas como “história de como os judeus arruinaram o mundo” e “Hitler não fez nada errado” foram removidos do sistema de publicidade nesta quinta-feira (14), após a denúncia da ProPublica vir a tona. Nas palavras do Facebook, as regras da comunidade “proíbem os anunciantes de discriminarem as pessoas com base na religião e outros atributos”.

Além disso, a rede social tomou uma medida mais drástica: de acordo com a Bloomberg, o Facebook vai impedir que os anunciantes direcionem seus anúncios de acordo com campos de estudo, cargo de trabalho ou campos de trabalho até que consiga resolver o problema no sistema de direcionamento de anúncios.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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