Twitter começa a aplicar regras mais rígidas contra discursos de ódio

Jean Prado
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• Atualizado há 1 semana
Twitter

Depois de diversas polêmicas relacionadas a discursos de ódio, o Twitter anunciou nesta terça-feira (19) que vai começar a aplicar novas regras para combater abuso, violência e outras condutas consideradas impróprias na rede social.

No geral, punições contra esse tipo de atividade já existiam antes na plataforma. A diferença é que agora as punições são mais rígidas e valem para comportamentos que não eram explicitamente definidos.

Nas novas regras, o Twitter explicita que as contas que se afiliam a organizações ou grupos que têm como causa a promoção de violência contra civis ou se envolvem em atividades violentas serão punidas.

Além disso, tweets que “glorificam a violência ou os autores de um ato violento” serão removidos e, caso os usuários continuem propagando esse tipo de conteúdo, terão as contas suspensas permanentemente.

Vale lembrar, essas regras valem para atividades dentro e fora da rede social. O Twitter esclareceu hoje algumas exceções, porém: entidades militares e governamentais estão a salvo e têm mais liberdade na hora de promover violência. Provavelmente, uma medida para não mexer com regimes totalitários e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Estão na mira não só contas que compartilham tweets violentos ou com discurso de ódio, mas também que contenham ameaças ou tratamentos sexistas e racistas recorrentes em suas fotos de perfil, capa, nome de exibição e biografia.

Para evitar a propagação de imagens ou vídeos que promovam discursos de ódio ou violência, o Twitter também vai sinalizar esse tipo de conteúdo como sensível, junto com as mídias de violência explícita e nudez. Caso elas apareçam na foto de perfil ou imagem de capa, a rede social pode pedir para que os usuários removam antes de aplicar alguma punição.

Por fim, o Twitter disse que planeja desenvolver ferramentas para ajudar a identificar contas que violam as novas regras, para complementar a ação pela denúncia de usuários. Normalmente, um bot pode identificar algum conteúdo impróprio mais rapidamente, mas está mais sujeito a erros.

No mês passado, o Twitter chegou a suspender todas as verificações de conta depois que Jason Kessler, o organizador do evento neonazista de Charlotesville, ganhou o selo azul. Depois de anunciar novas regras, válidas para dentro e fora da rede social, o Twitter removeu a verificação de Kessler.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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