Julian Assange é preso em Londres após Equador revogar asilo

Fundador da Wikileaks, Julian Assange foi preso depois de passar sete anos na embaixada do Equador em Londres

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Julian Assange
Julian Assange

Julian Assange, fundador da Wikileaks, foi preso nesta quinta-feira (11) pelo Serviço de Polícia Metropolitana de Londres. Ele estava vivendo na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012 para evitar a sua extradição, mas teve o seu asilo diplomático revogado pelo presidente equatoriano Lenín Moreno.

Em comunicado, a polícia informou que foi convidada pelo embaixador do Equador a comparecer à embaixada para deter Assange por conta do anulamento do asilo. As autoridades britânicas disseram ainda que ele foi preso em cumprimento a um mandado expedido pelo Tribunal de Magistrados de Westminster em 2012.

Nas primeiras horas desta quinta-feira, Lenín Moreno divulgou um vídeo no Twitter explicando as razões para a revogação do asilo. Na gravação, o presidente afirma que Assange teve condutas desrespeitosas, violou normas, interferiu em assuntos de estado e que, concomitante a isso, a Wikileaks fez ameaças ao seu governo.

Ainda no vídeo, Moreno afirma ter solicitado ao Reino Unido a garantia de que Julian Assange não será extraditado a um país onde possa sofrer tortura ou pena de morte, condição com a qual o governo britânico teria concordado em manifestação por escrito.

Hoje com 47 anos, Julian Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres em junho de 2012 para escapar do pedido de extradição da Suécia, que o acusava de delitos sexuais — essa investigação já foi arquivada. Dois meses depois, o então presidente equatoriano Rafael Correa concedeu a ele asilo diplomático.

Desde então, Assange não saiu da embaixada. Ele dizia não fazê-lo por medo de ser extraditado à Suécia e, posteriormente, ao Estados Unidos, onde seria julgado por ter exposto numerosos documentos secretos do governo americano, como estes que evidenciam o poder de espionagem da CIA.

Porém, as relações entre Equador e Assange começaram a esfriar em 2017, quando Lenín Moreno assumiu a presidência do país. O que vinha acontecendo dentro da embaixada nos últimos meses não está claro, mas fala-se, por exemplo, que Assange foi acusado de descumprir condições do asilo, uma delas, a de não se envolver em assuntos políticos.

Também via Twitter, o ex-presidente do Equador Rafael Correa criticou duramente o atual presidente por conta da decisão: “Lenín Moreno, nefasto presidente do Equador, demonstrou a sua miséria humana ao entregar Julian Assange à polícia britânica. Isso põe a via de Assange em perigo e humilha o Equador”.

Já a Wikileaks publicou um tweet dizendo que Assange “não saiu andando da embaixada”, uma forma de afirmar que ele foi retirado do local contra a sua vontade. De fato, o vídeo mais acima mostra que Julian Assange foi praticamente arrastado pelos policiais.

Alan Duncan, ministro de Estado para a Europa e Américas, agradeceu ao Equador pela revogação do asilo e informou que “Assange irá enfrentar a justiça da maneira correta no Reino Unido”.

Não está descartada a possibilidade de ele ser enviado aos Estados Unidos, até porque a Scotland Yard confirmou que a prisão teve como base um pedido de extradição do governo americano.

Com informações: El País, BBC, TechCrunch.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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