Prisão de Assange aumenta interesse em dados vazados pelo Wikileaks
Wikileaks não vaza novos documentos há algum tempo, mas atraiu atenção de mais pessoas após prisão de Julian Assange
Wikileaks não vaza novos documentos há algum tempo, mas atraiu atenção de mais pessoas após prisão de Julian Assange
O Wikileaks vem vazando informações secretas de diversos países, inclusive dos EUA e Brasil, desde 2006: são mais de 10 milhões de documentos antes confidenciais revelando detalhes sobre a Guerra do Iraque, a Prisão de Guantánamo, a espionagem da CIA, entre outros. A organização não vaza novos documentos há algum tempo, mas atraiu a atenção de mais pessoas após a prisão de seu cofundador, Julian Assange.
Alguns veículos da mídia brasileira disseram que o Wikileaks “liberou o acesso a seus arquivos”, ou a “todos os documentos secretos”, após a prisão de Assange. Isso não procede: uma análise do Tecnoblog confirma que a lista de documentos e pastas é exatamente igual à de janeiro — são 1.763 itens na pasta raiz.
Além disso, a conta oficial @Wikileaks no Twitter não anunciou nenhum novo vazamento; ela sempre avisa quando libera informações confidenciais.
Na verdade, a maioria dos arquivos disponíveis atualmente já estavam no ar desde pelo menos 2017, como é possível conferir em uma visita ao Internet Archive. Foram poucas as alterações desde então, mas elas são notáveis:
Além disso, vale ressaltar que todos os documentos já publicados pelo Wikileaks também estão a salvo no Internet Archive. Ou seja, caso o wikileaks.org seja derrubado — o que já aconteceu antes — haverá outras formas de acessar seu conteúdo. Afinal, ele está disponível para download há anos.
Ainda que a lista de documentos do Wikileaks não tenha novidades por enquanto, é importante notar como a prisão de Assange atraiu a atenção de mais pessoas.
Você pode acessar os arquivos vazados em file.wikileaks.org/file. Porém, vale lembrar que nem todas as informações publicadas no Wikileaks foram verificadas para checar sua veracidade. Por exemplo, a organização divulgou “supostos registros médicos de Steve Jobs” minutos após a confirmação de sua morte em 2011; ele teria testado positivo para HIV.
No entanto, a assinatura do documento — datado de 2004 — não bate com a de Steve Jobs. Pior, ele menciona uma empresa chamada SxCheck que só foi fundada em 2006. O próprio Wikileaks alerta sobre “datas contraditórias, possíveis evidências de falsificação, fortes motivações para fabricação e poucas motivações para uma revelação legítima”.