EUA prometem não torturar Assange, do WikiLeaks, em caso de extradição
Departamento de Justiça dos EUA oferece a transferência de Julian Assange para uma prisão na Austrália após o julgamento
Departamento de Justiça dos EUA oferece a transferência de Julian Assange para uma prisão na Austrália após o julgamento
O Departamento de Justiça dos EUA prometeu a um tribunal do Reino Unido não torturar Julian Assange, caso ele seja extraditado. Segundo o Wall Street Journal (WSJ), o cofundador do WikiLeaks não pode ser colocado em prisões de segurança máxima ou em confinamento solitário, pois, mesmo sendo punições comuns nos Estados Unidos, ambas as medidas são consideradas crimes em países mais desenvolvidos.
No início de 2020, a Justiça britânica negou o pedido de extradição de Assange, alegando que havia risco do réu cometer suicídio quando chegasse em solo norte-americano. Os juízes da Europa também decidiram manter Assange longe de qualquer país que pudesse tomar medidas consideradas como tortura durante o julgamento.
Para a juíza responsável pela extradição, Vanessa Baraitser, quando chegasse aos Estados Unidos, Assange seria colocado em confinamento solitário por 23 horas por dia, até a data da última audiência. Em diversos países, exceto em Estados totalitários como a Coreia do Norte, essa medida seria ilegal.
Mesmo preso em uma cela especial, Assange poderia encontrar uma forma de cometer suicídio, de acordo com Baraitser. Em 2019, quando estava confinado em isolamento quase total em Londres, agentes encontraram uma metade de lâmina de barbear com o réu. “Por esta razão, decidi que a extradição seria opressiva por motivo de dano mental e ordeno seu arquivamento”, decretou a juíza.
Na expectativa de conseguir a extradição de Assange, o Departamento de Justiça dos EUA prometeu que, após ser julgado, o réu poderia cumprir a pena em uma prisão na Austrália, seu país natal. Porém, de acordo com o Wall Street Journal, essa medida é incomum nos Estados Unidos. Normalmente, o processo de transferência só acontece após a condenação, e não antes.
Após prometerem a mudança para um presídio na Austrália, as autoridades dos Estados Unidos ainda disseram ao tribunal do Reino Unido que poderiam voltar atrás na decisão, se Assange “cometesse uma infração subsequente à oferta das garantias”, segundo o WSJ.
Com informações: Gizmodo, Wall Street Journal.