Vivo lucra R$ 1,3 bi com crescimento do pós-pago e fibra óptica

Operadora cresceu no pós-pago graças a planos Vivo Família e teve expressivo aumento de receita com venda de aparelhos

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses

A Telefônica Brasil, dona da Vivo, divulgou os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2019 e o saldo foi positivo: a operadora conseguiu aumentar seu lucro líquido em 22% comparado ao mesmo período no ano anterior, graças a uma estratégia que foca em produtos com maior retorno financeiro — pós-pago e internet via fibra óptica.

O lucro líquido contábil foi de R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre de 2019. No período anterior (quarto trimestre de 2018), a operadora havia apresentado lucro de R$ 8,9 bilhões.

A receita operacional líquida foi de R$ 11 bilhões, representando um crescimento de 1,7% ano a ano. A receita líquida da divisão móvel foi determinante para o resultado, tendo aumentado em 4,7% no mesmo período. Já a receita líquida de serviços fixos se reduziu em 3,2%.

Os investimentos aumentaram em 9,6% ano a ano, somando a cifra de R$ 1,7 bilhão para o período. A operadora foca na expansão de fibra óptica e 4G.

Pós-pago da Vivo cresce e pré-pago cai

A Vivo contabiliza 75,5 milhões de linhas móveis, representando uma retração de 2,1% em relação ao ano anterior. No entanto, as desconexões são de clientes de planos pré-pagos, número que encolheu 13,5% no período.

O pós-pago, responsável pelas maiores receitas, cresceu em 9,4% e atingiu 37,4 milhões de linhas. A categoria representa 55,8% da base móvel da Vivo. Os acessos M2M, como máquinas de cartão e dispositivos de Internet das Coisas, cresceu 30%, com 8,6 milhões de acessos.

O ARPU (gasto médio por usuário) geral foi de R$ 29,50, um aumento de 3,8% ano a ano. O ARPU de linha pós-paga (que soma também os planos controle) aumentou 1,6% e foi de R$ 52,40, enquanto o pré-pago encolheu 6,2% e atingiu R$ 12,10 por linha. O ARPU de M2M foi de R$ 2,90 por acesso.

A receita líquida em serviços móveis cresceu 4,7% ano a ano e atingiu R$ 7,1 bilhões. O maior responsável por isso são os serviços digitais e de dados, que cresceram 8% e representam R$ 5,3 bilhões, graças à expansão do uso de dados e de SVAs (serviços de valor agregado); além de maior penetração de planos familiares, que possuem mais franquia de internet dividida para mais de uma linha.

As receitas com serviço de voz caíram em 21%, e a Vivo justifica a queda por conta do cenário macroeconômico, pela maturidade do serviço devido à substituição de voz por dados, a expansão de planos ilimitados e a redução de tarifas de interconexão.

A operadora apresentou um expressivo aumento na receita com venda de aparelhos, que foi 55% maior em relação ao primeiro trimestre de 2018. Ela quer acelerar a participação nesse setor, atraindo consumidores de alto valor para as lojas físicas e virtual.

Vivo expande fibra mas perde clientes de internet e TV

A Vivo fechou o período com 21,4 milhões de clientes de serviços fixos, registrando uma retração de 5,5% comparado com o ano anterior. Ela justifica o resultado por conta do desempenho dos acessos de voz e banda larga xDSL, e também pelo fato de não priorizar o crescimento do negócio de TV por assinatura com tecnologia DTH, via satélite.

A operadora registrou 7,3 milhões de acessos de banda larga fixa, dos quais 2 milhões são usuários de fibra óptica enquanto 5,3 milhões utilizam acesso via par metálico. No total, o setor de banda larga encolheu em 0,8% em relação ao mesmo período de 2018 por conta da desconexão de 11% dos clientes de par metálico. Por si só, a fibra aumentou em 44%, o que não foi suficiente para cobrir as desconexões de outras tecnologias.

O serviço de TV por assinatura também encolheu: são 1,52 milhões de clientes, representando um decréscimo de 4,4%. O responsável por isso foi a desconexão de clientes que utilizavam TV paga via satélite, cujas vendas a Vivo deixou de estimular. A operadora fechou o trimestre com 904 mil clientes DTH, enquanto os acessos IPTV (que utiliza fibra óptica) cresceram em 43% e somam 617 mil clientes.

Já o serviço de voz fixa retraiu em 8,2%, com 12,55 milhões de acessos. A operadora justifica a queda por conta da migração para o serviço de dados, e a substituição da telefonia fixa pela telefonia móvel.

O ARPU (gasto médio por usuário) de banda larga foi de R$ 62,70, crescendo 13%. O ARPU de TV apresentou crescimento de 2,8%, atingindo o valor de R$ 101,80. No entanto, o gasto médio por usuário com telefone fixo caiu em 13%, com o valor de R$ 35,50.

Vivo Fibra chega a mais cidades

Durante o período, o investimento (capex) da Vivo foi de R$ 1,7 bilhão, com foco em expansão do serviço de fibra óptica e 4G/4,5G. No período, a operadora ativou o serviço Vivo Fibra em 9 cidades, com mais de 300 mil residências home passed. As cidades foram Boituva (SP), Cabedelo (PB), Catanduva (SP), Mafra (SC), Santa Maria (RS), São Bento do Sul (SC), São José do Rio Pardo (SP), Varginha (MG) e Vitória (ES).

A Vivo encerrou o período com 130 cidades operando com tecnologia IPTV e FTTH (Fiber to the Home), que leva os cabos de fibra óptica até a residência do cliente. Enquanto isso, há 117 cidades com FTTC (Fiber to the Curb), em que a fibra óptica chega até um poste ou gabinete próximo, e é conectada via fio de cobre até a residência.

A operadora também possui presença em 3.138 municípios com tecnologia 4G, dos quais 1.022 possuem também o 4,5G.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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