Pegou COVID? Este app quer o som da sua tosse para detectar a doença

Virufy promete precisão de 77% na detecção de COVID-19; app busca contribuições para tornar algoritmo mais preciso

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Mulher de máscara mexendo no celular (Imagem: Freepik)
Virufy promete detectar COVID-19 pelo som da tosse (Imagem: Freepik)

Na tentativa de reduzir a propagação do novo coronavírus, o mundo se voltou para diversas soluções. Entre elas, estão equipamentos como câmeras termográficas e luminárias que emitem raios ultravioleta. Agora, um aplicativo pretende diagnosticar a COVID-19 usando o som da tosse dos usuários.

O Virufy, desenvolvido por uma organização sem fins lucrativos de mesmo nome, promete precisão de 77% para identificar pela tosse se uma pessoa está ou não com COVID-19. A iniciativa utiliza aprendizado de máquina para apresentar diagnósticos, para se tornar mais eficiente, busca amostras de pessoas em mais países, incluindo o Brasil.

Segundo a organização que criou o Virufy, a ideia é oferecer uma solução global que ajude a achatar a curva da pandemia, principalmente nos países que não realizam testagem em massa. Além do Brasil, o grupo busca contribuições de pessoas na Argentina, na Bolívia, na Colômbia, no México e no Peru.

O engenheiro de software e fundador da Virufy, Amil Khanzada, explica ao Tecnoblog que a ferramenta foi criada com apoio de pesquisadores de inteligência artificial, que ajudaram a desenvolver um algoritmo mais preciso. Ao capturar o som da tosse, ele busca os padrões encontrados em pessoas com COVID-19.

“A COVID-19 afeta os pulmões e a garganta de forma única, o que subsequentemente afeta o som da voz e da tosse, criando características diferenciadoras de outras tosses”, afirma. “Usamos técnicas de ponta, como a transformada de Fourier, para extrair esses recursos para análise por meio de algoritmos de aprendizado de máquina e IA”.

Virufy convida brasileiros a “doarem” tosse

A contribuição pode ser realizada em poucos minutos no site do Virufy. A página pergunta a sua região e pede consentimento para usar seus dados no desenvolvimento do algoritmo. Em seguida, é preciso habilitar o microfone para “doar” o som da tosse. O site também faz algumas perguntas para identificar o perfil do usuário.

A organização pede ajuda de quem testou positivo para COVID-19 recentemente ou que têm sintomas semelhantes, além de familiares e amigos que tiveram contato com alguém que testou positivo. “Investimos esforços significativos com advogados especializados pro bono para garantir a conformidade com as leis de privacidade de dados, incluindo LGPD”, afirma Khanzada.

Apesar de ter se mostrado preciso, o aplicativo ainda não está disponível para os usuários. O fundador da iniciativa afirma que “supervisão e aprovação médicas adequadas são necessárias antes de fornecer diagnósticos aos usuários”. A organização indica ainda que, mesmo quando o app for liberado, a análise deverá levar em consideração os sintomas e outras soluções, como verificação de temperatura.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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