Dono de site na dark web usou bitcoin para lavar US$ 300 milhões

Larry Dean Harmon foi dono e operador do Helix, serviço de lavagem de dinheiro com bitcoin (BTC) na dark web; acusado confessa e enfrenta até 20 anos de prisão

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Dois líderes da empresa suspeita foram presos (Imagem: Bermix Studio/ Unsplash)

Um homem americano se declarou culpado de lavar mais de US$ 300 milhões em bitcoins (BTC) entre 2014 e 2017. Larry Dean Harmon era o proprietário de um serviço de lavagem de criptomoedas da dark web conhecido como Helix. Além disso, ele também é acusado na justiça americana de operar um negócio de envio de dinheiro não autorizado e conduzir as transações sem as devidas licenças.

“Harmon admitiu que a Helix fez parceria com vários mercados na dark web, incluindo AlphaBay, Evolution, Cloud 9 e outros, para fornecer serviços de lavagem de dinheiro com bitcoin para clientes do setor”, disse o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em um comunicado à imprensa.

Operações ocorreram entre 2014 e 2017

No total, a Helix movimentou mais de 350 mil bitcoins, montante que, considerando a cotação na época das transações, é avaliado em um pouco mais de US$ 300 milhões. As autoridades também afirmaram que a maior parte de seus clientes vinham da dark web. Harmon foi acusado formalmente de três crimes em fevereiro de 2020: lavagem de dinheiro, operação de um negócio de câmbio ilegal e realizar conversões sem licença para isso.

A partir de abril de 2014, Harmon também passou a possuir e operar o mecanismo de pesquisa da dark web chamado “Grams”, de acordo com os documentos judiciais. Já em julho do mesmo ano, ele colocou o Helix para funcionar, um serviço que permitia a qualquer um lavar bitcoins, ocultando seu dono original no processo através de técnicas de camuflagem de criptomoedas e misturadores em pools.

Já em novembro de 2016, Harmon fez uma parceria com a AlphaBay, considerado o maior mercado da dark web entre dezembro de 2014 e julho de 2017, e “recomendou a seus clientes que usassem um serviço de “misturador de bitcoin” para “apagar qualquer vestígio de [suas] moedas”, acrescenta o documento.

Harmon começou a fechar suas operações no Grams e no Helix por volta de dezembro de 2017 e anunciou o encerramento da plataforma em uma thread do Reddit sob o usuário GramsAdmin. Agora, ele admitiu os crimes e concordou em ceder mais de 4.400 bitcoins (avaliados em mais de US$ 200 milhões) e outras propriedades confiscadas envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro.

Harmon enfrenta 3 crimes e pena de até 20 anos

Crimes podem render até 20 anos de prisão (Imagem: Executium/ Unsplash)
Crimes com bitcoin podem render até 20 anos de prisão (Imagem: Executium/ Unsplash)

O criminoso enfrenta uma pena máxima de 20 anos de prisão, bem como uma multa de US$ 500 mil, um período de três anos de liberdade supervisionada e restituição obrigatória. Em outubro de 2020, a Rede de Execução de Crimes Financeiros do Departamento do Tesouro dos EUA (FinCEN) também anunciou uma multa contra Larry Dean Harmon por violar a Lei de Sigilo Bancário (BSA) e seus regulamentos durante a operação de duas empresas de serviços financeiros não registradas.

Harmon foi o operador do “Helix bitcoin tumbler” entre 2014 e 2017 e o CEO da startup de bitcoin Coin Ninja de 2017 a 2020, quando foi preso sob acusações de lavagem de dinheiro. Com base nas investigações da FinCEN, enquanto operava o misturador de criptomoedas Helix, Harmon se envolveu em transações com falsificadores, fraudadores, traficantes de narcóticos e outros criminosos. 

As autoridades também destacaram que, entre junho de 2014 e dezembro de 2017, Harmon conduziu mais de 1.225.000 transações através da Helix, lavando no total um pouco mais de US$ 311 milhões.

Com informações: BleepingComputer

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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