Brasil é o segundo país mais atacado por cibercriminosos na América Latina

No primeiro semestre de 2022, o Brasil foi o segundo país com mais tentativas de ataques cibernéticos na América Latina, com 31,5 bilhões de registros

Bruno Ignacio
Por
• Atualizado há 5 meses
Grupo do ransomware LockBit promete extorsão tripla (imagem ilustrativa: Kevin Horvat/Unsplash)
Hacker (Imagem ilustrativa: Kevin Horvat/Unsplash)

A Fortinet, empresa de segurança cibernética, revelou na quinta-feira (18) que o Brasil é o segundo país que mais sofre ataques cibernéticos na América Latina. Por meio de seu laboratório de inteligência de ameaças, o FortiGuard Labs, a companhia registrou 31,5 bilhões de tentativas de invasão durante o primeiro semestre de 2022. Esse número representa um aumento de 94% em comparação ao mesmo período de 2021.

Em comunicado, a Fortinet afirmou que seu laboratório identificou um total 137 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos na América Latina e Caribe de janeiro a junho deste ano. No relatório, o Brasil é o segundo país da região mais visado pelos criminosos, atrás somente do México. Confira o ranking dos principais alvos:

  1. México: 85 bilhões de tentativas de ataques
  2. Brasil: 31,5 bilhões de tentativas de ataques
  3. Colômbia: 6,3 bilhões de tentativas de ataques
  4. Peru: 5,2 bilhões de tentativas de ataques

O Brasil também sofreu uma das mais expressivas altas nesses números de ano a ano. Em relação às 16,2 bilhões de tentativas de invasões registradas no primeiro semestre de 2021, o aumento foi de 94% no país. Além dos números expressivos, os dados também revelam uma alta de estratégias mais sofisticadas e direcionadas pelos criminosos.

Tentativas de ransomware dobram na América Latina

O FortiGuard Labs também analisou a quantidade de ataques de ransomware na América Latina e Caribe. Os números no primeiro semestre deste ano somam 52 mil tentativas de distribuição de ransomware detectadas. Globalmente, a empresa afirmou que foram registradas cerca de 384 mil.

O México também lidera nessa categoria, com a maior atividade de distribuição de ransomware no semestre, somando 18 mil detecções. A Colômbia fica em segundo lugar, com 17 mil tentativas, seguida pela Costa Rica, Peru, Argentina e então o Brasil.

Ataque de ransomware (imagem: Darwin Laganzon/Pixabay)
Ataque de ransomware (imagem: Darwin Laganzon/Pixabay)

De acordo com o FortiGuard Labs, esse número de tentativas de ataques de ransomware quase dobrou em seis meses. No primeiro semestre deste ano, foram encontradas 10.666 assinaturas de ransomware na América Latina, enquanto nos últimos seis meses de 2021 esse número foi 5.400.

Alexandre Bonatti, diretor de Engenharia da Fortinet Brasil, afirmou em comunicado que os ataques de ransomware estão afetando todos os setores, de empresas a governos na América Latina. “Isso se deve à rentabilidade e à atenção que esse tipo de ataque traz aos criminosos, tornando-os mais perigosos e causando grandes prejuízos financeiros e de imagens às suas vítimas”, acrescentou.

“Log4Shell”, URLs infectadas e outras ameaças

A Fortinet também destacou outros dados interessantes relacionados aos ataques registrados no primeiro semestre de 2022. No período, a técnica mais detectada na América Latina explorava a vulnerabilidade conhecida como “Log4Shell”. “Esta vulnerabilidade permite a execução remota completa de código (RCE) em um sistema vulnerável”, afirma a empresa.

Outros ataques comuns detectados usavam malwares baseados na web, em HTML e/ou Java Script. A empresa viu que milhões de URLs maliciosos foram usados como canais de distribuição. Os dispositivos infectados podiam ser controlados por criminosos para roubar dados, credenciais, gerar spam e promover “ataques de negação de serviço” (DDoS), por exemplo.

Documentos do Office, principalmente Excel, também foram muito usados para distribuir malware na América Latina. O invasor aproveitava vulnerabilidades dos aplicativos para executar comandos ou obter acesso ao arquivo “.sistema”.

Receba mais sobre América Latina na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

Relacionados