Dolby Atmos wireless pode ficar mais barato com nova tecnologia

Padrão acessível anunciado pela WiSA promete reduzir os custos de ter um equipamento com Dolby Atmos em casa

Felipe Freitas
Por
Soundbar Samsung HW-Q950A (Imagem: Divulgação/Samsung)
Soundbar Samsung HW-Q950A (Imagem: Divulgação/Samsung)

A WiSA anunciou a criação de um programa de licenciamento mais barato da sua tecnologia WiSA E. Com esse novo formato de licenciamento, é esperado que os custos de produção de alto-falantes fiquem mais baratos, permitindo também televisões com WiSA E integrada.

O WiSA E é uma tecnologia para som multicanal wireless e de alta qualidade. Com esse novo método de licenciamento, fabricantes poderão lançar produtos com Dolby Atmos sem fio por um preço mais barato. A associação responsável divulgou em seu comunicado à imprensa que o público-alvo são fabricantes de TVs e alto-falantes.

Público mais exigente por áudio de maior qualidade

De acordo com a própria WiSA Technologies, a demanda por conteúdos com áudio de maior qualidade está crescendo. Porém, o preço elevado dos equipamentos, como aqueles com suporte para Dolby Atmos, ainda está impedindo que a maior parte do público tenha acesso a uma experiência mais imersiva de áudio.

Um exemplo de produto com “Dolby Atmos wireless” está no portfólio da Samsung. A sul-coreana lançou neste ano a soundbar HW-Q990B — que ainda exige um cabo HDMI ARC/eARC conectado. A HW-Q990B está disponível no Brasil por R$ 6.199,00 — caro, mas o objetivo é compensar isso com uma instalação mais rápida.

Eric Almgren, chefe estratégico da WiSA, afirma que a nova versão tecnologia de áudio multicanais rodará em diversas plataformas de entrada. “Nosso novo programa de licenciamento permite que qualquer smart TV ou alto-falante ofereça áudio multicanal sem fio e alta qualidade em um custo muito menor do que o disponível no mercado”.

A WiSA apresentará a WiSA E na CES 2023, em Las Vegas. O maior evento de eletrônicos do mundo será realizado do dia 5 à 7 de janeiro.

O que é o Dolby Atmos? (Imagem: Dolby/Divulgação)
A tecnologia simula as passagens progressivas de direção (Imagem: Dolby/Divulgação)

Quanto menos fios, melhor 

Para instalar um home theater, você precisa de um cabo HDMI e mais alguns outros conectores. O que a Samsung soundbar HW-Q990B fez foi eliminar os cabos necessários entre o dispositivo de áudio e as caixas — claro, você ainda precisa conectar o cabo de energia.

As conexões HDMI atuam em uma única direção: passando os dados de um dispositivo A para o B. A imagem e o som do seu notebook, por exemplo, só é enviada para a TV — e está “perfeito”. Em um home theater, isso não era o bastante.

Antigamente, para a instalação de um home theater ou um sistema AV, você precisava de um HDMI para a imagem, um cabo coaxial (aqueles coloridos) e um cabo óptico — estes para o áudio. Adianto que essa explicação, mesmo que resumida, pode conter erros. O único home theater que a minha família teve foi comprado em 2008, antes da tecnologia resolver a bagunça de cabos. Além disso, o vídeo mais antigo de instalação de home theater que encontrei é de 2014.

Samsung The Terrace Soundbar
(Imagem: Divulgação/Samsung)

A solução (e praticidade para a instalação) veio com o HDMI ARC/eARC. A sigla ARC significa, em português, canal de retorno de áudio. O que a tecnologia faz é permitir que o cabo HDMI ARC/eARC atue como um cabo bidirecional para o áudio, reduzindo a quantidade de fios. Para ter o melhor som do app de streaming na Smart TV, basta um HDMI ARC/eARC conectado no dispositivo de áudio externo.

Mas mesmo com a tecnologia ARC/eARC (“e” de enhanced, melhorado), você ainda necessita de cabos de áudio entre a caixa central/receptor AV. Para a melhor experiência de som Dolby Atmos, as caixas precisam ser colocadas ao redor da sala e os cabos precisam de uma organização — ninguém quer ficar tropeçando em fios. 

Como visto, a Samsung e sua tecnologia wireless Dolby Atmos deixa a instalação do home theater bem mais rápida e tira a dor de cabeça de esconder os cabos pela sala. O que a WiSA quer é que nem mesmo o cabo HDMI ARC/eARC seja necessário. A associação espera, no futuro, que a televisão e o soundbar se comuniquem sem nenhum fio — e por um preço acessível.

Com informações: Big Picture Big Sound

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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