Apple Music pode pagar mais para artistas que usarem Dolby Atmos

Serviço de streaming musical da Apple pode dar peso maior para faixas mixadas com Dolby Atmos na hora de calcular royalties

Giovanni Santa Rosa

O Apple Music tem planos de dar um peso extra às músicas mixadas com Dolby Atmos na hora de pagar royalties para artistas, mesmo que os usuários não ativem o recurso ao ouvir. O formato está presente em quase todos os produtos da marca.

As informações ainda não são oficiais e foram obtidas pela reportagem da Bloomberg. A nova política visa incentivar artistas e gravadoras e adotarem o Dolby Atmos, mesmo em trabalhos mais antigos, já disponíveis no streaming.

Segundo as fontes consultadas pela Bloomberg, mixar músicas no formato Dolby Atmos é acessível. Assim, o investimento deve valer a pena para gravadoras e artistas já estabelecidos no mercado.

Novo Echo Studio (imagem: divulgação/Amazon)
Echo Studio, da Amazon, tem suporte a Dolby Atmos (imagem: Divulgação/Amazon)

O Dolby Atmos é um formato de som surround, que busca criar uma experiência imersiva ao tentar imitar a disposição dos sons ao redor da cabeça do usuário.

Spotify não tem Dolby Atmos

O Apple Music tem suporte ao som espacial com Dolby Atmos desde 2021. Outros serviços de streaming também oferecem o formato, como o Tidal e o Amazon Music Unlimited.

Já o Spotify, líder neste mercado, não conta com a tecnologia. Ter mais artistas usando o Dolby Atmos seria uma estratégia para o Apple Music se diferenciar.

Print do celular com Spotify Wrapped aberto
Spotify tem Wrapped, mas não tem Dolby Atmos (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Além do Apple Music, outros produtos da Apple funcionam com o Dolby Atmos, como AirPods, HomePod, iPhone, iPad, Mac e Apple TV. Nas outras marcas, o formato está presente em alguns smartphones e tablets de Samsung e Motorola, no smart speaker Amazon Echo Studio e em soundbars da JBL, para ficar só em alguns poucos exemplos.

Streamings fazem mudanças na remuneração

Se as novidades no pagamento de royalties se confirmarem, a Apple se junta ao próprio Spotify e à Deezer na lista de empresas que fizeram mudanças nos sistemas de remuneração.

No Spotify, a principal alteração será o fim do pagamento às músicas que não tiverem 1 mil reproduções em 12 meses. A empresa diz que os valores ficam esquecidos e têm custo muito alto para serem processados.

A Deezer, por outro lado, vai pagar mais para quem tem poucos ouvintes, além de valorizar o “engajamento ativo”, quando o usuário procura um artista ou uma música.

Com informações: Bloomberg, The Verge

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.