Apple bate recorde de receita com serviços e ameniza impacto da crise

Apple faturou US$ 13,3 bilhões com serviços como Apple TV+ e Apple Music; vendas de iPhones caem com lojas fechadas

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Apple TV+

A Apple manteve um faturamento estável de US$ 58,3 bilhões no primeiro trimestre de 2020, mesmo com a pandemia de coronavírus, que fechou as lojas da empresa no mundo todo. Durante a divulgação de resultados financeiros na noite de quinta-feira (30), a Apple revelou que as vendas de iPhones, iPads e Macs caíram, mas a receita com serviços bateu recorde, amenizando o impacto da crise.

As lojas, escritórios e linhas de produção da Apple na China foram as primeiras a pararem, no começo de fevereiro, para conter a propagação da COVID-19. Em março, a empresa anunciou que fecharia suas 458 lojas em todos os países. Aos investidores, a companhia já havia informado que as vendas seriam impactadas, o que de fato aconteceu, mas em um grau menor que o esperado.

Entre janeiro e março de 2020, a Apple obteve receita de US$ 58,3 bilhões (mais que os US$ 53,8 bilhões previstos pelos analistas) e lucro por ação de US$ 2,55 (mais que a estimativa de US$ 2,23 do mercado). O lucro líquido no trimestre foi de US$ 11,2 bilhões, queda de 2,7% em relação ao mesmo período de 2019.

Os números, claro, são menores que as previsões da Apple antes da pandemia, que estimavam faturamento entre US$ 63 bilhões e 67 bilhões no trimestre.

O maior afetado em termos absolutos foi o iPhone: as vendas caíram de US$ 31,1 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para US$ 29 bilhões um ano depois. A única categoria de eletrônicos que cresceu foi a de “vestíveis, casa e acessórios”, que abrange os AirPods e o Apple Watch, chegando a US$ 6,3 bilhões em faturamento, crescimento de 22,5% ano a ano.

Apple fica mais resiliente com Apple TV+, Music e outros

Os resultados não foram piores porque o faturamento com serviços foi o maior da história: US$ 13,3 bilhões, aumento de 16,6% na comparação com o primeiro trimestre de 2019. A divisão engloba o Apple Music, Apple TV+, Apple Arcade e outros serviços, que receberam um fôlego com o maior número de pessoas em casa durante o período de isolamento social em todo o mundo.

O CFO Luca Maestri diz em comunicado estar “orgulhoso das nossas equipes da Apple em todo o mundo e de quão resiliente nosso desempenho comercial e financeiro tem sido nesses tempos difíceis”. Ele também revela que a base instalada de dispositivos da Apple atingiu um pico histórico em todas as regiões do mundo e em todas as categorias de eletrônicos.

Mas a incerteza na indústria de eletrônicos permanece: esta é a primeira vez em mais de uma década que a Apple não divulga estimativas de ganhos para o próximo trimestre, como nota a Bloomberg. A expectativa da empresa é que o Apple TV+ e o Apple Music continuem fortes, mas o faturamento com publicidade e o serviço de garantia AppleCare caiam.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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