O único fundador da Siri que restou na Apple está deixando a empresa
Tom Gruber foi o único dos três fundadores da Siri a ficar bastante tempo na Apple. Saída sinaliza para mudanças importantes na assistente.
Tom Gruber foi o único dos três fundadores da Siri a ficar bastante tempo na Apple. Saída sinaliza para mudanças importantes na assistente.
Ao contrário do que muita gente pensa, a Siri não foi desenvolvida do zero pela Apple. A assistente foi criada por uma startup que a companhia comprou em 2010 por US$ 200 milhões. Com o negócio, os criadores da Siri foram trabalhar na Apple, mas nenhum deles continua por lá: o último, Tom Gruber, teve sua saída anunciada na quarta-feira (18).
A Siri foi fundada por Gruber e mais duas pessoas: Dag Kittlaus e Adam Cheyer. Mas ambos ficaram apenas alguns meses na Apple, provavelmente por não terem gostado dos rumos que o projeto tomou por lá.
Mas eles não abandonaram a área: sob liderança de Kittlaus, a dupla anunciou, em 2016, uma nova assistente chamada Viv. Meses depois, a empresa foi comprada pela Samsung, que vem empregando a tecnologia criada ali na Bixby.
Com ampla experiência em áreas como inteligência artificial e robótica, Tom Gruber foi o único do trio que continuou na Apple. Ele assumiu a função de líder do grupo de desenvolvimento avançado da Siri. Mas o cargo já não pertence a ele. A partir de agora, Gruber pretende se dedicar a assuntos de interessante pessoal, como fotografia e conservação de oceanos (!!!).
Os motivos da saída de Gruber não estão claros, mas é provável que a decisão tenha relação com a chegada de John Giannandrea à Apple, especialista que até recentemente era líder de inteligência artificial no Google.
Giannandrea foi contratado justamente para liderar a divisão responsável pela Siri e, portanto, se reporta diretamente a Tim Cook. A Apple não comenta o assunto, mas, possivelmente, não houve sinergia entre Giannandrea e Gruber, situação que pode ter contribuído para a saída deste último.
Fato é que a Apple precisa mesmo mudar os rumos da divisão. Na comparação com assistentes de rivais como Amazon e Google, a Siri fica para trás na execução de determinadas tarefas. Não surpreende: ex-funcionários da Apple relataram há alguns meses que, além de questões técnicas, conflitos dentro da companhia prejudicaram o avanço da assistente.
Se Giannandrea vai tornar o ambiente mais tranquilo, não se sabe. Mas, tecnicamente, a presença dele é bastante promissora: entre as suas especialidades está a área de processamento de linguagem natural, uma das habilidades em que a Siri é mais deficiente.
Com informações: The Verge, The Information.