Arte feita por inteligência artificial já foi banida em alguns cantos da web

Comunidades de artes online estão banindo imagens geradas por inteligência artificial para preservar espaço de artistas reais

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 1 ano
Imagens geradas por IA (mosaico extraído do site Lexica)
Imagens geradas por IA (mosaico extraído do site Lexica)

De uns tempos para cá, imagens geradas por ferramentas de inteligência artificial se espalharam pela internet. Esse movimento ganhou tanta força que algumas plataformas de artes online decidiram fechar as portas para elas. O objetivo é evitar que obras digitais criadas por pessoas reais percam espaço. É praticamente uma briga de humanos versus máquinas.

Ok, talvez não seja uma briga nesses moldes. Afinal, por trás das artes geradas por inteligência artificial há “ordens” de humanos. Talvez você mesmo já tenha brincado com ferramentas do tipo. O Dall-E 2 é o exemplo mais popular atualmente. Mas há outros, como Stable Diffusion e Midjourney.

As imagens geradas por meio dessas e outras ferramentas de inteligência artificial exploram combinações de cores, formas e técnicas de composição variadas.

Muitos resultados são tão interessantes que acabam parando em comunidades como DeviantArt e ArtStation. Nestas — provavelmente, as mais conhecidas —, não há, até o momento, restrições sobre artes geradas por inteligência artificial. Mas outras estão fechando o cerco contra elas.

É o que notou Andy Baio, do site Waxy. De acordo com ele, plataformas como Newgrounds, Inkblot Art e Fur Affinity implementaram políticas que banem ou restringem o alcance de imagens oriundas de mecanismos de inteligência artificial.

Baio observa, como exemplo, que a Fur Affinity proibiu esse tipo de conteúdo por falta de “mérito artístico”. A plataforma alega que mecanismos como Dall-E e Craiyon (antes, Dall-E Mini) se baseiam em obras de centenas ou milhares de artistas (humanos) para gerar o seu conteúdo.

No anúncio sobre a nova política, a Fur Affinity justificou a decisão de banir imagens geradas por computadores:

Nossa intenção é apoiar artistas e o seu conteúdo. Nós não acreditamos que seja do interesse de nossa comunidade permitir conteúdo gerado por IA no site.

Um problema de quantidade?

Não deve ser grande o número de artistas que se opõem a imagens geradas por máquinas. O problema é que mecanismos como Midjourney e Dall-E se popularizaram tanto que as plataformas de artes estão sendo inundadas com conteúdo gerado por inteligência artificial.

Imagens geradas por IA (mosaico extraído do Midjourney)
Imagens geradas por IA (mosaico extraído do Midjourney)

Não é por coincidência que Andy Baio ressalta que artistas que usam as plataformas DeviantArt e ArtStation têm se queixado do número de artes de IA que aparecem nelas. Lembrando: as duas plataformas (ainda) não adotaram medidas contra artes geradas por computadores.

No fim das contas, este parece ser um problema de quantidade, não apenas de mérito artístico.

Enquanto artistas levam horas para produzir as suas obras, ferramentas de inteligência artificial podem fazer isso em questão de minutos ou segundos. E, no caso de mecanismos como o Dall-E, uma pessoa só precisa usar uma curta combinação de palavras para instruir a criação de imagens.

Se essas imagens, ainda que selecionadas por humanos, forem muito numerosas, artes criadas por artistas reais vão mesmo perder espaço nas plataformas.

No entanto, algumas dessas imagens podem realmente ser interessantes. Por isso, os administradores das comunidades estão diante de um dilema: liberar, liberar com restrições ou simplesmente barrar artes criadas via inteligência artificial.

Como já ficou claro, alguns já tomaram uma decisão. Mas o debate sobre o assunto está longe de terminar.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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