Inteligência Artificial (IA): o que é, como funciona e para que serve essa tecnologia

Automatização, tomadas de decisões e personalização de experiências estão entre as principais aplicações da IA; conheça os benefícios, riscos e desafios associados a essa tecnologia

Lupa Charleaux Ana Marques
• Atualizado há 3 semanas
Ilustração sobre Inteligência artificial
Entenda o funcionamento e as aplicações da IA no dia a dia (ilustração: Victor Pádua/Tecnoblog)

Inteligência Artificial (IA) é a capacidade de máquinas aprenderem e realizarem tarefas que antes exigiam inteligência humana. A IA usa algoritmos e grandes volumes de dados para simular o raciocínio humano, permitindo reconhecer padrões em imagens, traduzir idiomas ou tomar decisões complexas.

As vantagens da IA são inúmeras, como a automação de processos, otimização de recursos e capacidade de analisar grandes quantidades de dados. Isso impulsiona a inovação em diversos setores, incluindo a área da saúde, indústrias e segurança.

A rápida ascensão da IA também traz preocupações, como a privacidade dos dados, a possibilidade de vieses nos algoritmos e dependência dos sistemas automatizados. Além disso, a automatização de tarefas pode levar à perda de emprego em determinadas áreas.

Conheça mais detalhes sobre o que é Inteligência Artificial, seu funcionamento e aplicações. Bem como, os benefícios e riscos oferecidos pela tecnologia.

O que é Inteligência Artificial?

Inteligência Artificial (IA) é a área da computação que desenvolve sistemas capazes de simular a inteligência humana. Por exemplo, criação de máquinas que reconhecem imagens, compreendem a linguagem natural e tomam decisões baseadas em dados.

A história da Inteligência Artificial tem início na década de 1940 e, desde então, o campo tem evoluído significativamente. A tecnologia já faz parte do nosso dia a dia, transformando diversas áreas, como a medicina, a indústria, o comércio e o entretenimento.

Hoje, o campo está dividido em três tipos de Inteligência Artificial: Inteligência Artificial Estreita (ANI), Inteligência Artificial Geral (AGI) e Superinteligência Artificial (ASI). Enquanto a primeira categoria já é uma realidade, os dois últimos ainda são conceitos teóricos.

Como funciona a Inteligência Artificial?

A Inteligência Artificial funciona como um “cérebro digital”, aprendendo e tomando decisões a partir de dados. Para isso, ela passa por algumas etapas:

  1. Coleta de dados: as IA são treinadas com grandes conjuntos de dados, podendo ser dados estruturados (como planilhas) e não estruturados (textos e imagens);
  2. Preparação dos dados: os dados coletados são organizados e limpos para que a IA possa entender e processá-los de forma eficiente;
  3. Escolha do modelo: a escolha dos modelos de aprendizagem e de algoritmos definem se a máquina atuará como uma IA Generativa ou uma IA Preditiva;
  4. Treinamento do modelo: a IA analisa os dados coletados, buscando padrões e relações entre as informações apresentadas seguindo as regras dos algoritmos. Esse processo costuma ocorrer em datacenters com alta capacidade computacional, capazes de suportar o processamento intensivo exigido;
  5. Avaliação do modelo: a IA é avaliada para ver se está aprendendo corretamente e gerando resultados precisos a partir dos dados usados no treinamento;
  6. Ajustes de parâmetros: os parâmetros da IA e os dados usados no treinamento são revisados e ajustados visando otimizar os pontos não aprendidos pela máquina;
  7. Validação do modelo: se a IA passar nas avaliações após os ajustes, ela pode ser usada para realizar tarefas, como responder perguntas, reconhecer imagens, gerar conteúdos ou tomar decisões. Grande parte desses sistemas operam na computação em nuvem, o que facilita sua escalabilidade;
  8. Aprendizado contínuo: a IA nunca para de aprender, podendo ser atualizada com novos dados para melhorar o desempenho ao longo do tempo.

Qual é a diferença entre IA Generativa e IA Preditiva?

A IA Generativa é um modelo usado na geração de conteúdo a partir de um prompt ou solicitação do usuário. Treinado com grandes volumes de dados, usa algoritmos para identificar padrões e fazer relacionamento entre os dados, produzindo resultados como áudio, imagens, textos, vídeos e outros materiais.

A IA Preditiva, por outro lado, usa algoritmos para analisar conjuntos de dados históricos relativamente menores, identificando padrões e tendências. Os insights gerados podem ser usados para tomadas de decisões estratégicas, como prever resultados futuros, otimizar processos e personalizar experiências dos usuários.

Quais são os algoritmos de Inteligência Artificial?

Os algoritmos são as ferramentas que permitem às máquinas aprenderem, analisarem dados e tomarem decisões. Cada tipo possui uma abordagem distinta:

  • Busca e otimização: encontra a melhor solução para um problema ou solicitação, explorando diversas possibilidades a partir de vastos bancos de dados (ex: ferramenta de IA em buscadores como Google);
  • Aprendizado supervisionado: aprende a partir de dados rotulados, mapeando entradas com respostas corretas para gerar previsões ou classificações (ex: sistemas anti-spam de serviços de e-mails);
  • Aprendizado não supervisionado: identifica padrões e estrutura nos dados sem a necessidade de exemplos rotulados, mapeando padrões ocultos e associando variáveis (ex: definir grupos de clientes de um e-commerce com comportamentos similares);
  • Redes neurais: simulam o funcionamento do cérebro humano, permitindo o aprendizado de padrões complexos a partir de bancos de dados robustos (ex: softwares de reconhecimento de voz);
  • Aprendizado por reforço: aprende por meio de interações com o ambiente, recebendo recompensas ou punições (ex: um robô aprendendo a andar);
  • Visão computacional: permite que as máquinas vejam e interpretem imagens e outras informações visuais a partir de técnicas de Machine Learning e Deep Learning (ex: sistemas de carros autônomos);
  • Processamento de linguagem natural (NLP): habilita máquinas a interpretar e gerar linguagem humana (ex: assistentes virtuais e chatbots).

Para que serve a Inteligência Artificial?

A IA pode ser aplicada em uma ampla variedade de setores da indústria, tecnologias da informação e comunicação e áreas de pesquisa. Alguns exemplos de inteligência no dia a dia são:

  • Comunicação e informação: chatbots avançados, como ChatGPT da OpenAI e o Gemini do Google, mudaram como as pessoas interagem com as máquinas, oferecendo respostas personalizadas e gerando textos criativos. Plataformas da Meta, como WhatsApp e Instagram, também usam a IA para criação de conteúdos;
  • Negócios e finanças: a IA otimiza processos, desde análise de grandes volumes de dados para tomada de decisões estratégicas até automatização de tarefas repetitivas, como atendimento ao cliente;
  • Indústria: robôs inteligentes, treinados com IA, realizam tarefas complexas em linhas de produção, aumentando a eficiência e a segurança. Enquanto isso, sistema de IA podem avaliar e realizar planejamento da cadeia de suprimentos de uma fábrica;
  • Saúde: a IA auxilia na telemedicina, no diagnóstico de doenças, no desenvolvimento de novos medicamentos e na criação de tratamento personalizados;
  • Transporte: sistemas de veículos autônomos, impulsionados por IA, prometem transformar a mobilidade urbana.

Quais são os benefícios da Inteligência Artificial?

A Inteligência Artificial oferece diversos benefícios em diversos segmentos, alterando como vivemos e trabalhamos:

  • Produtividade: automatiza tarefas repetitivas, liberando os profissionais para atividades mais estratégicas. Além disso, a IA analisa grandes volumes de dados rapidamente, gerando visões valiosas para tomada de decisões;
  • Segurança: identifica padrões em dados para detectar fraudes, ameaças cibernéticas e outras situações de risco, garantindo maior proteção a empresas e indivíduos;
  • Saúde: auxilia no diagnóstico de doenças, no desenvolvimento de novos medicamentos e na elaboração de tratamentos personalizados, contribuindo para uma medicina mais precisa e eficiente;
  • Personalização de serviços: oferece experiências personalizadas aos usuários, como recomendações de produtos, conteúdos e serviços baseados em seus interesses e comportamentos.

Quais são os riscos associados à Inteligência Artificial?

Os riscos da Inteligência Artificial são diversos e complexos, impactando desde a privacidade individual até a segurança global. Entre as principais preocupações, destacam-se:

  • Privacidade: a coleta massiva de dados para treinar algoritmos pode expor informações pessoais a riscos de vazamento e uso indevido, violando a privacidade dos indivíduos;
  • Viés algorítmico: algoritmos treinados com dados tendenciosos podem gerar resultados imprecisos e perpetuar preconceitos, discriminando grupos minoritários e marginalizados;
  • Segurança: a IA pode ser usada para criar ferramentas de ataque cibernético, como deepfakes e phishing altamente personalizados, colocando em risco a segurança de indivíduos e empresas;
  • Perda de empregos: a automação de tarefas por meio da IA pode levar à substituição de trabalhadores em diversas áreas, aumentando o desemprego e desigualdades sociais;
  • Falta de transparência: a complexidade dos modelos de IA dificulta a compreensão de como eles chegam a determinadas decisões, gerando falta de confiança e dificultando a identificação e correção de erros;
  • Responsabilidade: a ausência de uma regulamentação clara sobre o desenvolvimento e uso da IA dificulta a atribuição de responsabilidade, como em caso de danos e acidentes causados por sistemas de veículos autônomos.

Quais são os principais desafios da Inteligência Artificial?

A história e os principais impactos da Inteligência Artificial demonstram a necessidade de um debate contínuo sobre o desenvolvimento e a utilização da tecnologia. Isso envolve certos desafios:

  • Ética: a tomada de decisões autônomas pelas IAs levanta questionamentos cruciais. A falta de transparência nos algoritmos e o potencial de perpetuar vieses presentes nos dados de treinamento são preocupações significativas. É fundamental garantir que a IA seja desenvolvida de forma justa e equitativa;
  • Regulamentação: a rápida evolução da IA exige uma estrutura legal sólida e adaptável. A criação de leis e regulamentos que contemplem os diversos aspectos da AI, desde o desenvolvimento até as aplicações, é essencial para garantir a segurança, a privacidade e a responsabilidade no uso dessa tecnologia;
  • Privacidade e segurança: o treinamento de modelos de IA demanda grandes volumes de dados, incluindo informações pessoais sensíveis. É preciso equilibrar a necessidade de dados com a proteção da privacidade dos indivíduos. Além disso, a segurança dos sistemas de IA é crucial para evitar crimes cibernéticos e uso malicioso da tecnologia.

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Lupa Charleaux

Lupa Charleaux

Repórter

Nerd por natureza, Lupa Charleaux é formado em Jornalismo Multimídia pela São Judas Unimonte (2012). Iniciou a carreira como repórter de entretenimento em 2013, mas migrou para a editoria de tecnologia em 2019. Construiu experiência na área ao produzir notícias diárias sobre eletrônicos (celulares, vestíveis), inovação, mercado e conteúdos especiais sobre os temas. É repórter do Tecnoblog desde outubro de 2023. Anteriormente, atuou como redator de tecnologia e entretenimento no TecMundo (2019-2021/2022-2023) e redator de produtos no Canaltech (2021-2022).

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.