A Inteligência Artificial, que você vai ver por aí sendo citada apenas como IA (ou AI, de artificial intelligence), é um avanço tecnológico que permite que sistemas simulem uma inteligência similar à humana — indo além da programação de ordens específicas para tomar decisões de forma autônoma, baseadas em padrões de enormes bancos de dados. Vem continuar entendendo melhor o que é.

imagem de uma mão robotizada simbolizando a inteligência artificial
O que é inteligência artificial? (Imagem: Tara Winstead / Pexels)

Algo tão complicado é também um campo de estudo acadêmico — que não começou ontem. Há algumas décadas, se estuda o que se chamou de “agentes inteligentes”, que percebem seu ambiente, entendem como podem operar e qual a melhor forma.

Credita-se ao professor John McCarthy o uso do termo pela primeira vez em 1956, em uma conferência de especialistas em Darmouth Colege, chamada “O Eros Eletrónico”, que definiu como “a ciência e a engenharia de produzir máquinas inteligentes”.

Assim, podemos definir inteligência artificial, no grosso modo, como a capacidade das máquinas de pensarem como seres humanos: aprender, perceber e decidir quais caminhos seguir, de forma racional, diante de determinadas situações.

Até então, os computadores precisavam de três grandes pilares para evoluir da computação simples para a atual, de inteligência artificial:

  • Bons modelos de dados para classificar, processar e analisar;
  • Acesso a grande quantidade de dados não processados;
  • Computação potente com custo acessível para processamento rápido e eficiente.

Com a evolução desses três segmentos, a inteligência artificial tornou-se finalmente possível com a fórmula: big data + computação em nuvem + bons modelos de dados.

Ou seja, a IA aprende como uma criança. Aos poucos, o sistema (a depender do objetivo para o qual ele foi criado) absorve, analisa e organiza os dados de forma a entender e identificar o que são objetos, pessoas, padrões e reações de todos os tipos.

Como assim, máquinas inteligentes?

Em sua essência, a Inteligência Artificial permite que os sistemas tomem decisões de forma independente, precisa e apoiada em dados digitais. O que, numa visão otimista, multiplica a capacidade racional do ser humano de resolver problemas práticos, simular situações, pensar em respostas ou, de forma mais ampla, potencializa a capacidade de ser inteligente.

Os economistas chamam isso de a quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas — bagunçando as fronteiras das três áreas. E IA faz parte dessa próxima onda de inovação, trazendo grandes mudanças na maneira como pessoas e empresas se relacionam com tecnologia, compartilham dados e tomam decisões.

Mas, ensinar os computadores a pensar, porém, não é tão simples.

Salesforce detalha que a questão passa por várias áreas da ciência da computação como Machine Learning, Deep Learning, Redes Neurais, Computação Cognitiva, Visão Computacional e Processamento de Linguagem Natural.

“Todos esses termos juntos compõem tudo o que é a inteligência artificial e apontam para um futuro em que nossas plataformas e sistemas terão inteligência suficiente para aprender”, explica.

imagem de robô simbolizando a inteligência artificial
A Inteligência Artificial permite que os sistemas tomem decisões de forma independente. (Imagem: Possessed Photography / Unsplash)

Quais são os tipos de inteligência artificial?

A IA possui 7 classificações que são determinadas por dois pontos: sua capacidade e a sua classificação técnica.

Em relação à sua capacidade, isso está relacionado ao nível de inteligência da IA, ou seja, a sua habilidade em executar funções semelhantes às humanas. E essas habilidades são divididas em quatro:

  1. Máquinas reativas: são as formas mais antigas de inteligência artificial, que não possuem funcionalidade baseada em memória;
  2. Memória limitada: conseguem aprender com base em dados históricos;
  3. Teoria da mente: esse é o próximo nível de sistemas de IA que encontra-se em andamento;
  4. “Autoconsciente”: a IA autoconsciente é uma formulação hipotética, que conseguirá compreender e evocar emoções, necessidades, crenças e, potencialmente, desejos próprios.

Agora, quando o assunto é a classificação técnica da inteligência artificial, devemos nos concentrar em três:

  1. Inteligência artificial estreita (ANI): representa toda a IA existente, em que só pode realizar uma tarefa específica;
  2. Inteligência geral artificial (AGI): se refere à capacidade da inteligência artificial geral aprender, perceber, compreender e funcionar completamente da mesma forma que um ser humano;
  3. Superinteligência artificial (ASI): pode replicar a inteligência multifacetada dos seres humanos, possui uma memória maior, analisa dados rapidamente e possui capacidades de tomada de decisão.

Onde podemos encontrar inteligência artificial?

A IA está por todos os lugares, no carro autônomo, no chão de fábrica e no sistema de atendimento dos hospitais. Mas também está na rede social, no seu celular, no antivírus, no buscador de internet.

Google, por exemplo, é um exemplo de empresa AI-first. Ou seja, todos os seus produtos têm processos de machine learning. Nem se fala então nas assistentes virtuais e nos chatbots. AlexaSiri e Google Assistance são os principais exemplos de assistência virtual, e os chatbbots, baseados em IA, são, principalmente, responsáveis pelo atendimento de clientes no mercado online.

imagem da página inicial do google para ilustrar a empresa como exemplo de inteligência artificial
O Google é um bom exemplo de inteligência artificial em nosso dia a dia. (Imagem: Christian Wiediger / Unsplash)

Mas não para por aí, olha só outros exemplos:

  • Facebook e seu mix de inteligência artificial, machine learning e visão computacional que permite remover conteúdos impróprios com mais rapidez, rastrear mais conteúdos e aumentar a capacidade da equipe de revisão formada por revisores humanos;
  • melhores experiências em compras online, que incluem ferramentas que ajudam a identificar o comportamento de consumo de clientes;
  • antivírus do seu computador que, possivelmente, há uma combinação similar, com a fusão de três elementos: big data, aprendizado de máquina e análise de especialistas;
  • segurança digital com a identificação de brechas, ameaças e ataques;
  • tratores autônomos e monitoramento de drones baseados em IA que contribuem para a agricultura.
drone sobrevoando plantação
A inteligência artificial também contribui para a agricultura. (Imagem: JESHOOTS.com / Pexels)

O funcionamento da IA envolve muito mais do que perceber a presença dela nas suas experiências diárias. Toda vez que você pega seu smartphone, já está vendo o que a IA pode fazer por você.

Mas, por trás de cada recomendação personalizada, até resultados de pesquisa relevantes, existe uma combinação de tecnologias que faz a inteligência artificial funcionar e que está, por consequência, fazendo com que você tenha expectativas mais altas sobre todas as máquinas inteligentes e dispositivos que usa.

Um caminho sem volta.

A IA vai roubar o seu emprego?

O futuro da IA aponta e urge para uma tecnologia cada vez mais transparente, eticamente construída e que faz parte de tarefas do dia a dia, no trabalho ou na nossa vida pessoal, aumentando nossas capacidades cognitivas.

A IA pode tornar o ser humano mais produtivo, liberando profissionais de determinadas tarefas mecânicas e repetitivas para que possam usar o máximo de sua capacidade para criar e inovar em outros setores. Uma mudança no mercado de trabalho foi iniciada e, certamente, isso vai ceifar algumas vagas no futuro.

Mas falando em uma visão otimista, Alessandro Jannuzzi, diretor de engenharia e inovação na Microsoft Brasil, afirma que a companhia assumiu o compromisso de democratizar o acesso à IA. “Estamos buscando na IA os recursos necessários para ajudar a resolver os problemas mais urgentes da nossa sociedade. Nesse sentido, a nossa abordagem é dividida em três pilares: liderar inovações que ampliam a capacidade humana; construir poderosas plataformas que tornam a inovação mais rápida e acessível; e desenvolver uma abordagem confiável que coloque o cliente no controle e proteja seus dados”, explicou.

Vale notar que, no mundo dos negócios, é bom lembrar que se você não está sendo disruptivo no seu setor, certamente alguém está. E a IA pode ser a maior aliada para contribuir com esse tipo de transformação digital que as empresas tanto buscam. Combinada com a capacidade humana, pode impulsionar pessoas a fazerem coisas incríveis.

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Escrito por

Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.