Microsoft: PCs com IA devem alcançar ao menos 40 TOPS (e o que isso quer dizer)

AI PC prevê que computadores pessoais executem recursos de inteligência artificial localmente, mas conceito exige hardware avançado

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 3 semanas
Tecla colorida com a marca do Copilot
Design da tecla Copilot num teclado de PC (imagem: reprodução/Microsoft)

A indústria de PCs espera que notebooks e desktops com recursos nativos de inteligência artificial conquistem o mercado. Mas, para a Microsoft, um computador precisa apresentar ao menos 40 TOPS para ser um AI PC, como a ideia tem sido chamada. Traduzindo: uma máquina do tipo deve ter muito desempenho.

Mas o que é um AI PC?

AI PC é uma expressão comercial que identifica um computador cujo hardware está otimizado para executar tarefas de inteligência artificial (IA) localmente, sem depender de servidores externos para gerar resultados satisfatórios.

Ferramentas como ChatGPT, Google Gemini e Microsoft Copilot tornaram a IA popular nos últimos meses, embora o conceito exista há décadas. Contudo, todos esses serviços processam as solicitações dos usuários nas nuvens, portanto, dependem de conexões à internet em seu modo de funcionamento padrão.

Como a plataforma Windows vem sendo progressivamente integrada a recursos de IA, é de se esperar que pelo menos parte dessas tarefas seja realizada satisfatoriamente pelo próprio computador do usuário. É aí que a ideia do AI PC ganha sentido.

Para atender (ou criar) essa categoria, os fabricantes estão apostando em notebooks ou desktops cujas CPUs têm uma unidade de processamento neural (NPU) integrada, a exemplo dos atuais chips Intel Core Ultra com arquitetura Meteor Lake.

Microsoft fala em desempenho de 40 TOPS

No início de 2024, surgiram informações de que a Microsoft exigiria uma NPU com desempenho de pelo menos 40 TOPS para a execução local do Copilot no Windows. O Tom’s Hardware relata que essa exigência só foi confirmada pela companhia no final de março, durante o evento Intel AI Summit.

TOPs são um parâmetro usado para dar uma noção da potência de uma NPU. Cada TOP corresponde a um trilhão de operações por segundo. Logo, quanto maior a quantidade de TOPS, mais desempenho tem a NPU.

O problema é que atingir os 40 TOPS não é fácil. A já mencionada linha Core Ultra Meteor Lake é formada por chips poderosos e, no entanto, eles alcançam até 34 TOPS, razão pela qual nem eles atendem aos requisitos do Copilot.

Não é que a Microsoft está sendo exigente. Os 40 TOPS informados pela companhia foram definidos com base no que é preciso para a execução local do Copilot no Windows 11 sem haver queda geral no desempenho ou resultados insatisfatórios.

Chips Core Ultra para notebooks de alto desempenho (imagem: divulgação/Intel)
Chips Core Ultra para notebooks de alto desempenho (imagem: divulgação/Intel)

O AI PC ainda não veio, mas promete vir

Até é possível complementar a execução do Copilot no Windows usando a GPU, mas a Microsoft tem priorizado o uso da NPU para esse fim com o intuito de evitar prejuízo à vida útil da bateria nos notebooks.

Isso significa que, com base no hardware disponível atualmente, a proposta do AI PC não é realidade. Não para rodar o Copilot no Windows de modo totalmente local. Nos primeiros computadores baseados no conceito, a inteligência artificial da Microsoft ainda deve depender das nuvens.

Mas a situação pode mudar em um futuro próximo. Com otimizações de software e um hardware mais bem preparado, o AI PC poderá se tornar factível ainda em 2024 ou em 2025.

Basta levarmos em conta que a Lunar Lake, a próxima geração de chips Intel Core, deve ser anunciada neste ano com uma NPU três vezes mais potente que a atual. AMD e Qualcomm também já se preparam para atender ao segmento com NPUs poderosas.

Só para constar, outros requisitos para um computador ser considerado um AI PC incluem um botão físico para o Copilot e, claro, ter esta ferramenta de inteligência artificial ativada.

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Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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