Intel aposta nos chips Lunar Lake para impedir avanço da AMD e Qualcomm

Processadores Intel Lunar Lake terão GPU 50% mais rápida e NPU de 48 TOPS para atender a notebooks baseados no conceito Copilot+

Emerson Alecrim
Por
Chip Lunar Lake (imagem: divulgação/Intel)
Chip Lunar Lake (imagem: divulgação/Intel)

A Intel aproveitou a Computex 2024 para revelar mais detalhes da sua próxima geração de processadores. Com codinome Lunar Lake, os novos chips serão lançados no terceiro trimestre de 2024 com uma missão importante: disputar espaço com a AMD e a Qualcomm no mercado de PCs com inteligência artificial (AI PC).

Novos núcleos, mas sem hyper-threading

Para esta geração, a Intel aposta em uma microarquitetura praticamente nova, quase como se ela tivesse sido feita do zero. A estratégia de combinar núcleos de desempenho (P) com núcleos de eficiência energética (E) foi mantida. Porém, esses núcleos foram aperfeiçoados.

As unidades P, de codinome Lion Cove, devem ter cerca de 15% mais desempenho geral em relação à geração anterior. Já as unidades E, de codinome Skymont, prometem não só mais desempenho, como consumir menos energia nessa mesma comparação.

Curiosamente, a Intel decidiu abandonar a técnica de hyper-threading nos processadores Lunar Lake, que vinha sendo implementada em núcleos P nas gerações mais recentes.

A companhia explica que, com a técnica que combina núcleos P com núcleos E, mais faz sentido otimizá-los para desempenho em thread único, abordagem que favorece principalmente a eficiência energética do chip.

Outra curiosidade: a Intel está usando um processo de 3 nanômetros da TSMC no bloco da CPU. Mas essa não é uma “rendição” para a tecnologia da concorrente. A arquitetura do chip como um todo continua sob responsabilidade da própria Intel.

Estrutura dos processadores Lunar Lake (imagem: divulgação/Intel)
Estrutura dos processadores Lunar Lake (imagem: divulgação/Intel)

NPU de 48 TOPS

Inteligência artificial é um assunto em alta, por isso, a Intel enfatizou que os chips Lunar Lake contarão com uma NPU (Unidade de Processamento Neural) de quarta geração, que alcança 48 TOPS (1 TOPS corresponde a 1 trilhão de operações por segundo). Com isso, os novos chips atenderão aos requisitos do conceito Copilot+.

Também há avanços no quesito gráficos. Os processadores Lunar Lake contarão com GPUs Xe2 (codinome Battlemage), que prometem 50% mais desempenho em renderização na comparação com a geração anterior (Alchemist).

O que mais?

Outras características prometidas para os chips Lunar Lake incluem suporte a:

  • pelo menos duas portas Thunderbolt 4
  • conectividade Wi-Fi 7 e Bluetooth 5.4
  • tecnologia Thunderbolt Share para compartilhamento rápido de arquivos
  • até 32 GB de memória LPDDR5X embutida no próprio chip

A Intel ainda não liberou informações sobre o TDP dos novos processadores, mas o ExtremeTech relata rumores de que essa medida não passará de 30 W. Faz sentido, afinal, estamos falando de chips voltados a notebooks.

Grace Wang, vice-presidente da Intel Taiwan, segurando um laptop com chip Lunar Lake (imagem: divulgação/Intel)
Grace Wang, vice-presidente da Intel Taiwan, segurando um laptop com chip Lunar Lake (imagem: divulgação/Intel)

Vem briga boa aí

Os primeiros computadores baseados nos processadores Lunar Lake chegarão ao mercado no terceiro trimestre de 2024. De acordo com a Intel, mais de 80 modelos diferentes de equipamentos de cerca de 20 fabricantes já estão sendo preparados para trabalhar com os novos chips.

Serão tempos interessantes em termos de concorrência. É claro que a AMD não quer ficar para trás, por isso, a companhia também usou a Computex 2024 para anunciar os chips Ryzen AI com NPUs avançadas.

Levemos em conta também que a Qualcomm está determinada a conquistar parte do mercado de PCs com os chips Snapdragon X Elite e Snapdragon X Plus. Além disso, há rumores de que a Nvidia entrará nessa disputa a partir de 2025.

Relacionados

Escrito por

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Temas populares