BC anuncia novo site exclusivo para mostrar dinheiro a receber de bancos

Após falha que derrubou Registrato, BC planeja abrir site fora de sua página principal para mostrar se o cidadão tem dinheiro a receber de instituições financeiras

Pedro Knoth

O Banco Central (BC) disse nesta segunda-feira (7) que irá criar um novo site para que brasileiros consultem valores a serem recebidos de bancos. A página vai hospedar o Sistema de Valores a Receber (SVR), função que havia sido implementada no Registrato, que foi derrubado por uma falha técnica provocada pela sobrecarga de acessos.

O SVR tinha uma data marcada para voltar a funcionar: dia 14 de fevereiro. No entanto, o BC decidiu criar um domínio alternativo para que o cidadão consulte se tem dinheiro a receber de bancos, segundo um comunicado feito pelo órgão.

As consultas ao SVR poderão ser feitas na data anunciada anteriormente, mas pelo portal valoresareceber.bcb.gov.br. O BC alerta que não será possível utilizar o serviço por meio do site principal da instituição.

Usuário só pode resgatar dinheiro a partir de março

Ao acessar o sistema, o usuário precisa confirmar se há um valor a ser recebido. Em caso positivo, ele terá uma data agendada pelo SVR para obtê-lo.

Apesar do lançamento da nova página ser ainda neste mês, o resgate de valores só começa a partir de 7 de março. O Banco Central pede para que a pessoa acesse novamente o site no dia informado para que coletar o valor. “Caso não compareça nessa data, o cidadão terá que fazer uma nova consulta para receber uma nova data para pedir o resgate”, disse o banco em nota.

O BC informa que usuários poderão acessar o valoresareceber.bcb.gov.br a qualquer momento para pedir por uma nova data de recebimento. A pessoa nunca perde o direito a resgatar o valor, e as instituições financeiras guardarão o dinheiro pelo tempo que for necessário, “até que o cidadão solicite a devolução”.

Depois de realizar uma consulta, é possível pedir o resgate em Pix (para pagantes que aderiram ao termo junto ao BC) ou outras formas de pagamento (para quem não assinou o termo do órgão federal).

Conforme os cálculos do BC, cerca de R$ 8 bilhões aguardam resgate em instituições financeiras no Brasil — R$ 3,9 bilhões a serem recebidos considerando a primeira etapa do SVR.

Novo sistema requer nível prata ou ouro na conta Gov.br

Para fazer consultas no novo site, será necessário ter o nível prata ou ouro na conta Gov.br. O serviço não permite que brasileiros usem seu login no Registrato — não se trata de uma simples migração de contas.

A criação de um login na Gov.br pode ser feita por meio deste link, ou nos apps para iOS e Android. Caso haja dificuldade com o cadastro, o Tecnoblog tem um passo a passo detalhado sobre a recuperação de senha no serviço do governo federal.

Meu gov.br App (Imagem: Gabrielle Lancellotti/Tecnoblog)
Meu gov.br App (Imagem: Gabrielle Lancellotti/Tecnoblog)

O Banco Central alerta que novos golpes podem surgir devido à mudança de plataforma. A instituição disse que não envia links de acesso pessoalmente para usuários, e não entra em contato com quem tem dinheiro a receber por e-mail, mensagem, Telegram ou WhatsApp.

O cidadão não precisa pagar para consultar quanto dinheiro precisa resgatar dos bancos, e o BC não autoriza ninguém a fazer essas consultas em nome do usuário.

Por fim, o Banco Central diz que o banco correspondente vai entrar em contato com o usuário somente se ele já acessou o SVR — ou entrou no sistema nos dias 24 e 25 de janeiro — e não informou uma chave do Pix para receber o dinheiro. “Mesmo nesse caso bastante específico, essa instituição financeira não pode pedir que o cidadão informe seus dados pessoais e nem sua senha”, finalizou o BC.

Leia | O que é o Registrato do Banco Central? Saiba o que você pode fazer com a ferramenta

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.