Caixa Tem: invasores roubam auxílio emergencial após acessar contas
Invasores mudam e-mail, senha e celular no Caixa Tem para sacar ou transferir auxílio emergencial de R$ 600; PF investiga
Alguns beneficiários do auxílio emergencial foram vítimas de um golpe no Caixa Tem, app usado para acessar a Poupança Social Digital: o invasor altera o endereço de e-mail, senha e número de celular para fazer login e transferir os R$ 600 para outra conta. A Polícia Federal vem investigando o caso em todo o Brasil.
Segundo O Globo, diversos beneficiários afirmam em redes sociais que golpistas trocaram o e-mail e telefone de cadastro para então movimentarem o auxílio emergencial. De acordo com o GaúchaZH, as transferências e os saques indevidos ocorrem através do aplicativo Caixa Tem. Alguns relatos apontam que os invasores modificam os perfis usando endereços temporários de e-mail, como do 1secmail.
“Não reconheci o e-mail usado na transação que eles fizeram; alguém usou meus dados e pegou meu dinheiro”, diz uma das vítimas. “Quando consegui entrar no aplicativo tinha um pagamento de um boleto que zerou a conta”, explica outra cliente que foi roubada.
Caixa Tem permitia troca fácil de e-mail e senha
É possível ver em tutoriais bem-intencionados do YouTube que trocar o e-mail ou o número de telefone era mais fácil do que deveria: basicamente, era só fazer login com CPF e senha, depois editar o perfil.
Você precisava inserir o CPF e a senha de seis dígitos — muita gente usa a própria data de nascimento — e então escanear um QR Code para cadastrar um novo dispositivo. Feito isso, dava para modificar as informações no perfil da vítima. Segundo clientes do Caixa Tem, o banco nunca envia um aviso ao usuário sobre alterações no e-mail, número de celular ou senha.
Para fazer a alteração no cadastro, era necessário acessar links que atualmente exibem a mensagem de erro “Sistema temporariamente indisponível”; eles ficam no domínio login.caixa.gov.br.
PF investiga fraudes no auxílio emergencial
A Polícia Federal afirma estar atuando na prevenção de crimes relativos ao auxílio emergencial. Por exemplo, na semana passada, a PF deflagrou a Operação Covideiros para investigar fraudes no benefício concedido pelo governo: criminosos iam até as lotéricas e contavam com a ajuda dos funcionários para trocar a senha das vítimas.
“Sempre que detectada suspeita de crime, a Polícia Federal é acionada e recebe todas as informações para as investigações e intervenções necessárias”, explica a Caixa em comunicado à imprensa.
De acordo com o banco, é necessário ir até uma agência física para formalizar a contestação de saque, algo complicado em tempos de pandemia. Se for comprovada a fraude, o beneficiário será ressarcido.
Também é possível obter assistência jurídica através da Defensória Pública da União, entrando em contato com uma das unidades listadas em dpu.def.br/contatos-dpu. Além disso, é possível deixar reclamações pelo telefone 121 ou pelo site Fala.br da Controladoria Geral da União.
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