Celulares pré-pagos podem entrar no Cadastro Positivo e facilitar crédito

Presidente da Anatel diz que inclusão de dados de pagamentos de linhas pré-pagas no Cadastro Positivo pode acelerar bancarização e facilitar acesso ao crédito

Bruno Ignacio
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Cadastro Positivo (Imagem: Reprodução/SPC)

Carlos Baigorri, o novo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), disse na terça-feira (3) que planeja incluir informações de usuários de celulares pré-pagos no banco de dados do Cadastro Positivo. Para ele, o processo já se tornou mais confiável e deve acelerar o processo de bancarização e facilitar o acesso ao crédito para a população de baixa renda.

A fala ocorreu durante o evento Painel Telebrasl 2022. Baigorri argumentou que o setor já enfrentou muitos problemas envolvendo esse tipo de cadastro de dados de celulares pré-pagos. No entanto, o processo está mais seguro e robusto hoje em dia.

Segundo o presidente da Anatel, o sistema dava margem para possíveis fraudes. Ou seja, era possível, por exemplo, cadastrar múltiplos chips e linhas telefônicas em um mesmo CPF. Por isso, as operadoras agora exigem mais processos de verificação, como a resposta de “um pequeno quiz”, como o nome dos pais do indivíduo.

Baigorri acredita que, no longo prazo, o cadastro de dados de linhas pré-pagas tem o potencial de acelerar a bancarização e auxiliar no acesso ao crédito para a população de baixa renda. Segundo ele, esse ainda é o perfil socioeconômico da maioria dos usuários de celulares pré-pagos no Brasil.

Dados de linhas pós-pagas já estão no Cadastro Positivo

Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), disse na abertura do Painel Telebrasil Talks: Finanças e Varejo que já houve a inclusão de mais de 11 milhões de desbancarizados no Cadastro Positivo.

Esse é o resultado da adição do histórico de pagamentos dos clientes das operadoras com os birôs de crédito e gestores do banco de dados do Cadastro Positivo (Boa Vista, Quod, Serasa, SPC e TransUnion). O processo foi iniciado em abril do ano passado e concluído apenas recentemente, envolvendo o fornecimento de dados de clientes de linhas pós-pagas.

Mulher com celular encostrado no ouvido (Imagem: Taylor Grote/Unsplash)
Dados de operadoras no Cadastro Positivo dão informações sobre desbancarizados (Imagem: Taylor Grote/Unsplash)

De acordo com a ANBC, as informações enviadas pelas principais operadoras do país totalizaram 100 milhões de registros de pessoas físicas e jurídicas no banco de dados do Cadastro Positivo. Desse total, mais de 11 milhões de consumidores e empresas são desbancarizados, antes ausentes nas informações compartilhadas por instituições financeiras.

“O Cadastro Positivo é uma ação socioeconômica positiva onde a visibilidade dos consumidores e empresas no mercado de crédito proporciona dois principais benefícios: melhor avaliação de crédito, reduzindo inadimplência e superendividamento, e inclusão financeira dos desbancarizados, por meio da possibilidade de acesso a recursos financeiros.”

Elias Sfeir, presidente da ANBC

Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital, destacou em comunicado que a inclusão desses 11 milhões de brasileiros que não têm conta bancária no Cadastro Positivo ajuda a ampliar e desenvolver as ferramentas de análise de crédito.

“São milhões de brasileiros que podem ser beneficiados do seu bom histórico de pagamento para conseguir crédito mais barato, com uma análise mais criteriosa que tem potencial para reduzir sérios problemas enfrentados no mercado de crédito, como o superendividamento.”

Marcos Ferrari, CEO da Conexis Brasil Digital

No mesmo evento, o subsecretário de política microeconômica do Ministério da Economia, Emmanuel Sousa de Abreu, disse ainda que, seguindo o exemplo americano, dados de pagamentos podem ser gerados desde a juventude para ajudar a acessar serviços financeiros no futuro.

Com informações: Valor Econômico

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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