Chineses com pontuação baixa não poderão viajar de avião ou trem a partir de maio
Sistema de crédito social chinês avalia o comportamento dos cidadãos e gera penalidades para quem tiver pontuação baixa
Sistema de crédito social chinês avalia o comportamento dos cidadãos e gera penalidades para quem tiver pontuação baixa
Parece um episódio de Black Mirror, mas é vida real: a China está desenvolvendo um sistema de crédito social que avalia os cidadãos com base em seus comportamentos, inclusive considerando que tipos de produtos eles compram pela internet. O governo anunciou nesta sexta-feira (16) que, a partir de maio, quem tiver pontuações baixas será impedido de viajar de avião ou trem.
Como explica a BBC, a nota de um cidadão leva em conta se uma pessoa paga seus impostos em dia, se seus títulos acadêmicos são legítimos, entre outros dados. O sistema de crédito social também abre espaço para que empresas emitam suas pontuações. Oito companhias participam do projeto piloto, incluindo a Sesame Credit, do Alibaba, permitindo que as compras de um cidadão influenciem na plataforma.
Isso significa que uma pessoa que tenha multas em atraso ou um empregador que não pague a previdência social terá restrições de transporte semelhantes a quem espalhou informações falsas sobre terrorismo ou tentou utilizar passagens expiradas, por exemplo. É um sistema unificado, que pode gerar duras penalidades para quem não tiver uma boa pontuação.
Oficialmente, as restrições entram em vigor na China em 1º de maio. Ainda assim, a agência de notícias Reuters diz que há indícios de que o sistema de crédito social vem sendo utilizado pelo governo há bastante tempo: no começo de 2017, 6,15 milhões de chineses estavam proibidos de pegar voos por terem cometido “crimes sociais”.