Ryzen é a nova geração de processadores de alto desempenho da AMD
Considerando os últimos anos, quase deu para esquecer que a AMD também produz CPUs, tamanha a falta de relevância da companhia nesse segmento. Mas as coisas poderão ser diferentes em 2017. Durante o evento New Horizon, a companhia deu mais detalhes sobre a sua nova linha de processadores que, agora sabemos, se chamará AMD Ryzen.
“É o maior salto tecnológico em CPUs dos últimos anos”. Essa é a frase que a CEO da AMD Lisa Su usou para resumir a linha Ryzen. Trata-se de um argumento para transmitir otimismo para uma plateia desconfiada (por razões óbvias), mas também uma forma de dizer “olha, estamos muito focados em desempenho, de verdade”.
Não que o aspecto do desempenho nunca tenha sido considerado. Mas a AMD é, por tradição, uma marca associada a processadores focados no custo-benefício — ou, para ser direto, uma marca que quase sempre teve produtos mais baratos que os da Intel.
Mas o mercado mudou. O PC cedeu o posto de equipamento de primeira necessidade para o smartphone, você sabe. Em contrapartida, o segmento PC gaming continua muito bem, obrigado, e é difícil conquistá-lo se o alto desempenho não for tratado como requisito básico.
Não é à toa que desde o ano passado a AMD fala em diminuir a sua presença no segmento de entrada para direcionar atenção aos computadores mais parrudos, nicho que a empresa só tem conseguido explorar com algum conforto por meio de sua linha de GPUs.
Os detalhes de como isso será feito estão sendo liberados aos poucos. Em agosto, a AMD revelou que as novas CPUs — até então conhecidas apenas pelo codinome Summit Ridge — terão processo de fabricação FinFET de 14 nanômetros, trazendo até 40% mais desempenho e cinco vezes mais largura de banda que a geração anterior.
Na mesma época, a companhia também confirmou que os novos processadores terão como base a plataforma AM4. Nela encontraremos um novo socket (que também serve para APUs), além de suporte a memórias DDR4, USB 3.1, SATA Express, NVMe, PCI Express de terceira geração, entre outros recursos.
A companhia informou ainda que os chips mais poderosos da linha terão oito núcleos, 16 threads e TDP de 95 W. Agora, sabemos também que, além do nome Ryzen, os novos processadores oferecerão frequência de pelo menos 3,4 GHz e até 20 MB de cache L2 combinada com cache L3.
Tem mais: Lisa Su chamou atenção para a integração dos chips com a AMD SenseMI, plataforma inteligente de otimização de recursos. Nela há, por exemplo, a função XFR (Extended Frequency Range), que faz uma espécie de overclock automático de acordo com o sistema de refrigeração em uso, e o Pure Power, conjunto de sensores que analisa temperatura, frequência e voltagem para equilibrar consumo energético e processamento.
Tudo muito interessante, mas o que a gente quer saber mesmo é: os processadores Ryzen darão conta do recado? Para termos certeza, só fazendo benchmarks, testes de comparação com outros chips e tal. Mas a AMD fez algumas demonstrações de um Ryzen de 3,4 GHz enfrentando um processador Intel Core i7-6900K (também um octa-core), um dos mais poderosos chips da atualidade para o segmento de PCs.
Várias tarefas foram realizadas, entre elas, a execução do jogo Star Wars Battlefront em resolução 4K e 60 frames por segundo (com uma GPU Vega que a AMD lançará em 2017) e aplicações de realidade virtual. Ambos os processadores tiveram desempenho equivalente, ou seja, de modo geral, nenhum conseguiu deixar o outro muito para trás.
Será? Bom, certeza mesmo é que a AMD não colocaria o seu produto em posição desfavorável. De qualquer forma, não tardará para sabermos se as novas CPUs cumprirão o que prometem. Os chips Ryzen (Summit Ridge) chegarão ao mercado no primeiro trimestre de 2017. Até o final do mesmo ano, conheceremos também os chips Naples (para servidores) e Raven Ridge (para laptops).
Antes disso, poderemos ter mais detalhes sobre a nova geração de CPUs da AMD em janeiro, durante a CES 2017 — eu espero que pelo menos os preços sejam revelados no evento.
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