Mais de 200 mil pessoas deletaram suas contas do Uber na última semana
O Uber enfrenta uma crise de imagem nos Estados Unidos. Usuários estão promovendo a campanha #DeleteUber nas redes sociais, acusando a empresa de ser a favor de políticas do presidente Donald Trump, como a medida que limita a entrada de refugiados e imigrantes de países islâmicos. Resultado? Mais de 200 mil contas excluídas do serviço de transporte em apenas seis dias, conforme divulgado pelo The New York Times.
A polêmica aconteceu porque o Uber desativou manualmente a tarifa dinâmica no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, durante protestos contra o decreto de Trump que restringe a entrada de imigrantes de sete países islâmicos. Momentos antes, uma associação que representa os taxistas da cidade havia anunciado que não pegaria nenhum passageiro no aeroporto, como forma de incentivar o protesto. A atitude do Uber foi vista como uma afronta à manifestação e uma mera tentativa de lucrar com a situação.
Além disso, o CEO do Uber, Travis Kalanick, era membro do conselho de administração de Trump, cargo que decidiu deixar nesta quinta-feira (2), após os protestos dos usuários. Em comunicado enviado aos funcionários, ele afirmou que “participar do grupo não era para ser um endosso ao presidente ou suas políticas, mas infelizmente isso foi mal interpretado”.
A demanda por exclusões de contas no Uber foi tão alta que a empresa precisou desenvolver uma ferramenta para automatizar o processo. Até então, um funcionário do Uber tinha que deletar manualmente as contas de usuários que solicitassem a exclusão. A empresa também passou a se justificar para cada usuário que tomasse a decisão: uma mensagem dizia que o Uber “compartilha da sua opinião sobre os banimentos de imigração: são injustos, errados e contra tudo o que representamos como empresa”.
Concorrentes do Uber tiveram um aumento expressivo de usuários com a campanha #DeleteUber: na terça-feira (31), o Lyft ultrapassou o Uber em downloads na App Store pela primeira vez na história.